terça-feira, 30 de outubro de 2012

Funerária quer contratar 'morto-vivo' de Alagoinhas


Franco Adailton A TARDE

  • Luiz Tito | Ag. A TARDE
    Gilberto Santos ganha dentadura e enfrenta burocracia para "voltar à vida"

Destaque no noticiário internacional pelo episódio em que fora confundido com um morto, no último dia 21, o lavador de carros Gilberto Araújo Santos, 41, continua em busca de emprego. Morador de Alagoinhas (a 120 km de Salvador), ele diz que, apesar da fama, ainda não recebeu qualquer proposta concreta. "Até agora, é mais especulação. Nada oficial", lamentou,  em entrevista por telefone.
No entanto, o radialista local Marcos Aragão, que o "descobriu" para o mundo, revela haver  uma sondagem de uma funerária paulista, que pretende fazer de Gilberto um garoto-propaganda. "O pessoal [de Alagoinhas] está pensando que ele ficou rico. Pelo contrário, precisa de ajuda", clamou o radialista, primeiro a reportar o caso em que o lavador de carros apareceu no próprio velório.

Desde o episódio, conta Aragão, os únicos louros da fama recebidos por Gilberto foram um celular e uma dentadura  [mediados pelo radialista], além de ter voltado a morar na casa da mãe.
Implante e casa própria - Pelo menos, teve o desejo imediato, de recompor a dentição atendido. "Falta ir ao dentista, para tirar o molde da prótese", informou Gilberto, que só tem seis dentes. Caso fizesse implantes dentários, gastaria cerca de R$ 1.800 por dente  ou entre R$ 30 mil e R$ 50 mil por uma prótese do tipo protocolo. "Se considerarmos as intervenções básicas", calcula o concluinte do curso de implantodontologia Hércules Tito.
Apesar de ter deixado a rua para morar na casa da mãe, onde divide o teto com mais 11 pessoas, Gilberto não se sente confortável. A casa tem três quartos e ele dorme em um sofá, na sala. "Fui bem recebido. Mas preciso de um espaço próprio, para poder plantar, receber os amigos...", explica ele, na ansiedade de conseguir um emprego fixo. "Porque a fase está difícil", completa.
Entenda o caso - A confusão em torno da "morte" de Gilberto começou quando familiares souberam que ele havia sido baleado, foram ao necrotério e o reconheceram no lugar do verdadeiro morto: Genivaldo Santos Gama.
Agora, ele  tenta anular, na Justiça, a própria certidão de óbito. Para isso, esclarece o radialista, precisa de nova carteira de identidade. "Quarta-feira,  vamos providenciar o documento e uma carteira de trabalho", garante  Aragão.

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