terça-feira, 30 de outubro de 2012

CPI ouve baiana que perdeu guarda de 5 crianças


Helga Cirino A TARDE

  • Claudio Pinheiro | Imapress | Futura Press
    Silvânia da Silva fala em Brasília sobre caso de Monte Santo
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal, em Brasília, começa a ouvir, nesta terça-feira, 30, pessoas envolvidas no caso de retirada da guarda de cinco crianças na Bahia. O episódio na cidade de Monte Santo (a 352 km da capital) causou comoção nacional e começou a desvendar um esquema de tráfico de crianças no sertão baiano.
Um dos depoimentos mais esperados é o de Silvânia da Silva, mãe das cinco crianças entregues a famílias paulistas, ano passado, por ato do  juiz Vítor Bizerra, ex-titular da comarca de Monte Santo. Ela embarca nesta terça às 5h30 para Brasília, na companhia da advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-BA), Isabella da Costa Pinto. "O juiz Vítor Bezerra não confirmou presença, mas é importante que ele seja ouvido pela CPI", analisa a advogada.
Foram convocados o juiz Luís Roberto Cappio Guedes Pereira, titular de Euclides da Cunha e Monte Santo, que investiga  esquema ilegal com ramificações em estados como São Paulo, e o promotor que acompanha o caso, Luciano Tacques Ghignone. Presidente da CPI, o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) diz já ter indícios suficientes que caracterizam o caso como de tráfico de crianças.

"No entanto, com um componente que o difere de todos os outros do País: acusações de envolvimento do Judiciário", diz o legislador. Segundo o parlamentar, todos os envolvidos no caso deverão ser ouvidos.
Irregularidades - O juiz Vítor Bizerra, segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, teria contrariado pelo menos dez aspectos das leis que protegem os direitos infantojuvenis no caso de Monte Santo. Entre as infrações, a entrega da guarda provisória das crianças sem o consentimento dos pais e sem sequer ouvir os avós.
Segundo o atual titular da comarca, pelo menos 20 crianças teriam sido vítimas de um esquema que deve atingir todo o sertão baiano. O caso  vai ser apurado pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas e Polícia Federal.

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