sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Produtores de fumo do RS reclamam da dificuldade para conseguir crédito


Medida do Banco Central dificultou crédito para investimento na atividade.
No Sul, 200 mil famílias vivem com a renda do fumo.

Do Globo Rural

Clóvis Bartz é produtor de fumo em Santa Cruz do Sul, município que tem a maior área plantada do estado.
Ele está preocupado com a notícia de que a partir deste ano vai ficar mais difícil crédito para investimento na propriedade. O agricultor tem quatro hectares o poderia recorrer ao Pronaf, Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar, mas se quisesse retirar um empréstimo teria que comprovar que 25% da renda da propriedade vêm de outras atividades que não o fumo.
O Banco Central divulgou uma resolução em julho que diminui a oferta de crédito aos agricultores familiares. A norma estabelece novos valores para concessão do crédito de investimento. Para o plantio da safra deste ano, o agricultor tem que comprovar que recebe 25% da renda de outras atividades. Para 2013, esse número sobe para 35% e em 2014 vai para 45%.
O produtor de fumo já não conta com o crédito de custeio porque mais de 90% deles cultivam em parceria com as indústrias de tabaco, que dão apoio e assistência técnica. Para esse produtores, o crédito de custeio oficial não é permitido.
As restrições ao crédito fazem parte de um esforço para reduzir o consumo de tabaco no país. A ação é mundial. Em 2005, o Brasil ratificou a participação em um acordo internacional.
Para diminuir o impacto na renda do produtor, na quinta-feira (27), o Conselho Monetário Nacional, atendendo um pedido feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, modificou a resolução.
Para a safra deste ano e para a do ano que vem, voltam a valer as regras antigas. O índice de diversificação da propriedade permanece em 20%. Para a safra de 2014, o governo ainda vai decidir o que fazer.

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