sábado, 1 de setembro de 2012

"Gilberto Kassab não é um peso nem uma mola"


Folha Vitória
Agência Estado
Redação Folha Vitória
São Paulo - O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse nesta sexta-feira que a gestão Gilberto Kassab (PSD) é melhor do que indicam as pesquisas e que os adversários "mentem" ao criticá-la. Em queda nas pesquisas de intenção de voto, o tucano negou que o prefeito seja um peso na campanha. "Não é um peso nem uma mola, é uma realidade", disse, ao encerrar a série Entrevistas Estadão com os 12 candidatos a prefeito.

Serra rebateu críticas de seus rivais, especialmente do PT, a Kassab. O atual líder nas pesquisas, Celso Russomanno (PRB), também foi alvo do tucano. "O Kassab tem uma gestão na Prefeitura que é bem melhor do que a avaliação que neste momento tem. Os adversários, quando fazem críticas à gestão, mentem." Kassab é reprovado por 48% dos paulistanos, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem. O prefeito ainda não apareceu no programa de Serra pedindo votos ao tucano.

O candidato defendeu seus feitos como prefeito e governador. Foi assim quando Serra respondeu sobre como um prefeito pode ajudar o Estado na segurança e sobre propostas apresentadas por Russomanno na quarta-feira, também na série Entrevistas Estadão. Além de pregar "integração" entre Guarda Civil Metropolitana e as Polícias Civil e Militar, o candidato do PRB reivindicou a ideia da Operação Delegada.

"Certos candidatos propõem criar coisas que já existem, como a integração da Guarda Civil com a PM", afirmou Serra, que promete dobrar a Operação Delegada. "Na realidade foi ideia do Coronel Camilo (candidato a vereador) e do Kassab, que eu topei quando era governador." Para o tucano, a proposta de Russomanno de colocar vigias de rua para auxiliar PM e GCM "não tem pé nem cabeça".

Ao falar de transportes, Serra disse que é mais importante investir na ampliação da rede de trilhos e em corredores de ônibus que adotar um bilhete único mensal, como propõe o petista Fernando Haddad. "Me parece mais jogada eleitoral do que algo que tenha a ver com questões fundamentais do sistema", afirmou. O tucano defendeu a parceria entre Prefeitura e Estado para construir linhas de metrô e criticou a falta de investimento da gestão Marta Suplicy no setor. "Sabe quanto a gestão do PT colocou no Metrô? R$ 1."

Serra defendeu sua proposta de fazer creches em estações de trem e metrô e enfatizou a ampliação das vagas. "Quando eu assumi em 2005, havia 60 mil vagas. Hoje tem perto de 210 mil, ou seja, aumentou três vezes e meio. É o maior crescimento da história."

O candidato minimizou as pesquisas recentes - nesta sexta-feira, levantamento Ibope/Estado/TV Globo apontou empate técnico entre Serra e Haddad. "O que eu sempre aprendi é que é preciso ter uma imensa paciência."

Confiante de que chegará ao segundo turno, Serra alegou que sua rejeição - a mais alta na disputa - é fruto do alto conhecimento entre os eleitores. "Não há rejeição a mim nos aspectos morais, não há rejeição do ponto de vista da capacidade de fazer as coisas acontecerem", disse. "Não estou atrás nem de padrinho, nem de adversários."

Serra admitiu que enfrenta uma disputa difícil, mas avalia que a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Haddad não é decisiva - o tucano disse ter derrotado candidatos apoiados pelo petista na cidade e no Estado. "O Lula apoiar não é algo definitivo, mas é claro que tem significado e peso sempre."

Renúncia

Ao ser questionado sobre a renúncia em 2006, o tucano disse que deixou a Prefeitura para evitar uma vitória do PT no Estado. "Do jeito que estava o quadro eleitoral, era possível que o PT levasse, e isso não podia acontecer. Eu sai para governador dizendo: eu saio da Prefeitura, mas eu não saio da cidade."

Serra afirmou que, se eleito, vai cumprir o mandato. "Estou sendo candidato para valer. Não temos problema em São Paulo, o Alckmin vai para a reeleição. O quadro hoje é outro. Estou sendo eleito para ficar, não vou de novo para presidente porque eu já fui duas vezes. Eu me realizo na vida pública servindo ao próximo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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