terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cremesc pune médicos por atuação irregular em cirurgias plásticas em SC


Médico teve diploma cassado por morte de paciente durante lipoaspiração.
Outros dois profissionais receberam punições do Conselho de Medicina.

Géssica Valentini Do G1 SC

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (Cremesc) aplicou três penalidades a médicos por atuação irregular em cirurgias plásticas. O principal caso é a cassação do diploma de um médico suspeito de negligência durante uma cirurgia de lipoaspiração, que causou a morte de uma dona de casa de 44 anos. A cirurgia foi em 2008, na clínica do próprio médico, no bairro Kobrasol, em São José, na Grande Florianópolis.
Segundo o Cremesc, o local funcionava clandestinamentee e o médico não tinha formação adequada para o procedimento. Ele era membro de uma associação de praticantes da chamada medicina estética, que não é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Na época, ele chegou a ser detido preventivamente por suspeita de homicídio.
Como a cassação do médico foi decidida por unanimidade de votos, ele poderá recorrer somente ao CFM. Segundo o setor de processo do Conselho Regional, ele não poderá exercer a medicina se o processo transcorrer em decurso de prazo e a pena for aplicada.
Outros dois médicos também foram punidos pelo Conselho, pela atuação considerada inadequada, por desrespeitar resoluções e códigos de ética, além de regras determinadas pelos órgãos públicos de saúde. Eles ainda podem recorrer da decisão.
A segunda punição foi aplicada a um otorrinolaringologista de Florianópolis. Ele foi suspenso de suas atividades por 30 dias. Segundo o Cremesc, o médico realizou um procedimento estético no  abdômen de um paciente e a operação resultou em uma necrose, além de sequelas.
A última penalidade foi aplicada a um ginecologista e obstetra que atua em Balneário Camboriú. Ele foi submetido à censura pública em publicação oficial. Para o Conselho, o médico não cumpriu as exigências das autoridades sanitárias, realizando procedimentos de lipoaspiração em sala clandestina, sem autorização da Vigilância Sanitária.
Conforme o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de Santa Catarina (SBCP-SC), Zulmar Accioli, as punições aumentam a segurança em procedimentos de cirurgia plásticas. "Agora, a população tem que fazer sua parte, procurando profissionais bem preparados. A entidade que representa não pode intervir nos profissionais de outras especialidades. Nossa competência é apenas com os cirurgiões plásticos e a informação ao público", afirmou.

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