Índigenas de seis municípios reivindicam melhor estrutura da Funasa.
Eles tentarão marcar audiência com a governadora.
Os indígenas denunciam que as comunidades estão sem a menor assistência à saúde e garantem que só sairão da Assembleia Legislativa do Maranhão quando tiverem seus objetivos alcançados: uma reunião com a Comissão de Direitos Humanos da Casa e uma audiência com a governadora do Estado, Roseana Sarney.
De acordo com os índios, em pelo menos seis municípios do estado - Arame, Amarante, Grajaú, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu e Santa Luzia do Tide - não há médicos. Em Arame, por exemplo, três índios teriam morrido em menos de uma semana por negligência médica.
"Nosso objetivo na Assembleia é sensibilizar os políticos para que aqui seja formada uma comissão de direitos humanos, que veja a realidade do atendimento médico que a Funasa presta aos indígenas no Maranhão. Atualmente não existe uma estrutura física, chamada de pólo básico, nos municípios. Bem como não existe médico, mesmo que existam recursos para a prestação desse tipo de serviço", reivindicou Uirachene Alves, representante do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Arame.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, será encaminhado um requerimento pedindo a vinda de representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Fundação Nacional do ìndio (Funai). A reunião com a governadora do estado, no entanto, ainda não tem data prevista.
Sem profissionais
Segundo Licínio Carmona, chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei), há dois meses não há candidatos interessados na vaga de médico para atender as regiões. A situação estaria acontecendo em virtude de que, para trabalhar nas cidades do interior, um profissional da medicina ganha, geralmente, de R$ 17 mil a R$ 20 mil e a quantia ofertada pelo Ministério Público é de somente R$ 12 mil, exigindo 40 horas de trabalho semanais, carga-horária que em outros locais chega a ser menor.
"Atendendo nestes municípios, nós temos atualmente quatro enfermeiros, 17 técnicos de enfermagem, 16 agentes de saúde e dois odontólogos. Faltam apenas os médicos, profissionais cuja ausência compromete o trabalho do Distrito Sanitário Especial Indígena", justificou Carmona.
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