Estudo diz que cerca de 70% dos resíduos são subutilizados.
Melhor aproveitamento pode ajudar também setor fármaco.
Pesquisa diz que 70% dos resíduos sãosubutilizados por falta de conhecimento
(Foto: Divulgação/Celpa)
A doutora em Química e coordenadora do estudo, Maria do Paz Lima, explicou que o foco principal é a análise do potencial químico, biológico e farmacológico da serragem gerada pelo processamento da madeira em serrarias, por meio de experimentos realizados no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo ela, a destinação desses resíduos a partir de pedaços de madeiras, pode ser viável no contexto da tecnologia social, como por exemplo, na fabricação de pequenos objetos de madeira. "Em algumas espécies da Amazônia essas propriedades ainda não foram estudadas. Considerando essa particularidade, o grande interesse da pesquisa está concentrado nas macro moléculas como as ligmínias e celuloses, que vão gerar informações importantes para o aproveitamento desses resíduos", destacou.
De acordo com o estudo, o desperdício de madeira é considerado um gargalo no segmento madeireiro, chegando a 70% a quantidade de resíduos subutilizados por falta de conhecimento sobre o seu aproveitamento. Para a pesquisadora, este é o momento de pesquisar o metabolismo secundário de moléculas menores que também podem ter propriedades farmacológicas importantes.
Impacto ambiental
A pesquisadora afirmou que o aproveitamento das sobras de madeira, se bem explorado, vai amenizar o impacto ambiental, especialmente na Amazônia, onde esse material hoje é subutilizado.
Lima apontou que a produção de pequenos objetos a partir de resíduos (sobras de madeira) é uma forma socioeconômica de agregar valor a esses rejeitos, além de amenizar o desperdício e descarte em locais inadequados. Por outro lado, apesar da ocorrência de muitas espécies madeireiras certificadas no Amazonas existem poucos ou nenhum estudo químico/biológico sobre os seus metabólitos secundários.
Resultados
Dentre os resultados apresentados durante os dois anos de vigência do estudo, a pesquisadora citou o trabalho do mestrando Mauro Galúcio Garcia, que avaliou os resíduos de Cumaru (Dipteryx odorata, Fabaceae), e identificou, por Ressonância Magnética Nucelar, substâncias pertencentes à classe do flavonoides, cujo potencial químico apresenta propriedades antioxidantes e antitumorais.
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