quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Com 30 casos registrados, Cuiabá confirma surto de toxoplasmose

 

Saúde informou que está sendo apurada a origem do surto da doença.
Advogada de 40 anos disse que ficou com medo de perder um dos olhos.

Ericksen Vital Do G1 MT
Toxoplasmose em Cuiabá - Euze Carvalho (Foto: Reprodução/TVCA)Secretaria de Saúde informou à imprensa o surto
da doença em Cuiabá  (Foto: Reprodução/TVCA)
A Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá confirmou na tarde desta quinta-feira (29) um surto de toxoplasmose, que é popularmente conhecida como a "doença do gato". Nos últimos nove dias, foram registrados 30 casos suspeitos na capital de Mato Grosso, sendo que 18 estão com resultado laboratorial positivo, segundo anunciou a secretaria. O surto se caracteriza quando ocorre um número crescente da doença em determinada área, em um relativo pequeno espaço de tempo.
De acordo com a secretaria de Saúde, os casos aumentaram a partir do último dia 20 deste mês de setembro. O secretário-adjunto de Saúde, médico Euze Carvalho, disse que ainda não é possível afirmar a origem do surto da doença. Ele comentou, porém, que entre os contaminados estão pessoas de um grupo religioso da capital e outras que relataram o consumo da fruta açaí. “Ainda estamos observando o que pode ter causado a doença. O que sabemos é que pessoas que consumiram o açaí tiveram sintomas de toxoplasmose, mas ainda não é possível dizer que há uma relação com a fruta”, comentou.
A doença pode ser transmitida por meio da ingestão de água e alimentos contaminados com fezes de gatos, pois o animal com hábito urbano é o principal hospedeiro do toxoplasma gondii, causador da doença. Cerca de 90% dos casos da doença, porém, não manifesta sintomas.

A advogada Marilene Magalhães de Oliveira Rodrigues, de 40 anos de idade, moradora de Cuiabá, foi uma das pessoas que foi contaminada pelo protozoário e desenvolveu a doença toxoplasmose. Ela comentou que no último mês chegou a ficar 15 dias de cama, e que só agora conseguiu voltar a trabalhar. Marilene Magalhães explicou que suspeita que tenha sido contaminada após ter ingerido o açaí, em um comércio na capital. Isso porque, ela e a irmã ficaram doentes no mesmo período após terem consumido a fruta.
 Magalhães contou, porém, que demorou para conseguir fazer o diagnóstico da doença. “Primeiro, os médicos diagnosticaram a doença como sendo virose. Depois, diante dos sintomas como febre de 40 graus, dor de cabeça, no corpo e no fundo dos olhos, os médicos diagnosticaram a doença como dengue. Só quando eu procurei um médico infectologista é que foi identificada a doença toxoplasmose”, relatou a advogada.
Ela disse também que sofreu uma inflamação em um dos olhos e que teve muito medo de ficar com alguma sequela. Mas isso foi descartado após novos exames. "Foi um alívio. Graças a deus não vou ficar cega", desabafou.
Atenção grávidas
O secretário-adjunto de Saúde explicou também que a toxoplasmose é transmitida principalmente por meio de contato com as fezes de gatos ou por beber água contaminada. Ele lembrou que a doença não é transmitida entre seres humanos, exceto de uma mulher grávida para o feto. Por isso, a secretaria tem focado as orientações preventivas para as grávidas. “A infecção transplacentária ocorre em 40% dos fetos de mães que adquiriram a doença durante a gravidez”, comentou o médico.

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