quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Caixa diz que refará propaganda para corrigir 'Machado de Assis branco'

 

Instituição comunicou decisão de refazer vídeo sobre os 150 anos do banco.
Peça foi suspensa depois de receber críticas de secretaria do governo.

Do G1, em São Paulo
Ator no papel de Machado de Assis em comercial de 150 anos exibido pela Caixa Econômica Federal. (Foto: Reprodução)Ator no papel de Machado de Assis em comercial
de 150 anos exibido pela CEF. (Foto: Reprodução)
A Caixa Econômica Federal informou nesta quarta-feira (28) que fará nova versão da peça publicitária sobre os 150 anos da instituição para corrigir a representação de Machado de Assis, que no vídeo foi interpretado por um ator branco. O escritor era mulato.
A campanha, cuja veiculação na TV foi suspensa após ser alvo de críticas e reclamações,  pode ser vista no You Tube.
A peça mostra ainda Machado de Assis depositando dinheiro em uma caderneta de poupança e informa que ele fez seu testamento pela Caixa.
Nesta quarta-feira (28), a Caixa informou ao G1 que a produção da nova peça já foi encomendada e que ainda não está definido como será o roteiro desse novo vídeo.
'Providências para retificar o erro'
De acordo com comunicado divulgado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir-PR), a Caixa comunicou a decisão de refazer a peça em ofício enviado à Seppir na segunda-feira (26).
No documento da Caixa, de acordo com a Seppir-PR, além do “pedido de desculpas pela caracterização inadequada do escritor” na peça publicitária, a presidência do banco informa as providências adotadas para retificar o erro, afirmando que “em nenhum momento, houve premeditação ou intenção de alterar a sua origem racial”.
No ofício, segundo informações da secretaria, a Caixa também informa que notificou as emissoras de TV, pedindo a suspensão da veiculação do filme, e que excluiu a exibição da peça do seu sítio eletrônico.
O documento reafirma ainda que “as providências vão ao encontro do esperado e consolidam o acordo de cooperação que está sendo firmado com a Seppir”, órgão com o qual o banco reforça o “interesse em agregar esforços às ações em prol das causas raciais e sociais”.
Reclamações e pedido de desculpas
Na semana passada, a propaganda foi alvo de reclamações na internet e de uma queixa formal divulgada na segunda-feira (19) pela Seppir-PR.
Na nota, a entidade dizia que "Caixa deve corrigir a produção deste vídeo, reconhecendo o equívoco e considerando o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional".
Na quarta-feira (21) , a Caixa anunciou a decisão de suspender a veiculação da campanha publicitária na TV. O próprio presidente do banco, Jorge Hereda, pediu em comunicado desculpas à população e aos movimentos ligados às causas raciais.
"O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial", disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, em nota divulgada pelo banco.

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