O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas arquivou a
investigação para apurar a presença de policiais rodoviários federais em
uma reunião de movimentos sociais que planejava um protesto contra a
visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Manaus. O episódio ocorreu
no dia 23 de julho, a dois dias da visita de Bolsonaro à cidade.
Portando armas longas, três policiais estiveram na sede do Sinteam
(Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas) e
questionaram a identidade dos líderes do protesto e as organizações
envolvidas na iniciativa. Em sua decisão, o procurador Henrique de Sá
Valadão Lopes afirma que o decreto 1.655, de 1995, inclui a Polícia
Rodoviária Federal (PRF) entre os organismos encarregados de escoltar o
presidente e que a apuração demonstrou que “os agentes rodoviários
agiram no estrito cumprimento do dever legal”. “A atuação da polícia não
se deu de forma clandestina ou arbitrária, uma vez que os agentes
rodoviários ingressaram na sede do sindicato e buscaram dialogar
diretamente com as lideranças do movimento, esclarecendo, a princípio, o
motivo da presença deles no local”, afirmou. O procurador afirmou que a
segurança de Bolsonaro “tornou-se questão prioritária e fundamental,
sobretudo após o atentado” ocorrido durante a campanha eleitoral no ano
passado, quando o então candidato foi esfaqueado. Sobre as armas longas,
Valadão disse que são “instrumento de trabalho do agente de segurança
pública” e que o Amazonas “apresenta crescentes índices de
criminalidade, em especial a qualificada pela ação de organizações
criminosas com elevado poder bélico e econômico”. O procurador mencionou
também o fato de que o protesto foi realizado durante a visita de
Bolsonaro e que reuniu cerca de 200 pessoas, sem incidentes e com
escolta da Polícia Militar. O despacho, concluído na última
segunda-feira (5), será enviado para 7ª Câmara de Coordenação e Revisão
do MPF, em Brasília, que poderá homologar o arquivamento ou avaliar a
possibilidade de retomada da apuração. A reportagem tentou falar com as
lideranças do protesto, mas ninguém foi localizado até a conclusão deste
texto.
Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário