Foto: Rosinei Coutinho/STF
A prisão após a condenação em segunda instância é uma das principais bandeiras de Moro e do coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. O procurador já afirmou, por exemplo, que uma eventual mudança de entendimento sobre as prisões consagraria a impunidade e poderia afetar a existência da própria operação. A avaliação no Supremo é a de que os diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil e divulgados desde junho abriram o caminho para que a corte dê sua palavra final. Mesmo magistrados contrários à revisão do entendimento avaliam que, hoje, já há uma maioria formada no STF para rechaçar a antecipação automática da pena após decisão em segunda instância. Sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, as ações estão prontas para serem julgadas desde o final de 2017. Oficialmente, elas ficaram fora da pauta dos próximos meses, elaborada pelo presidente Dias Toffoli.
Em junho, no entanto, o ministro disse que o tema poderá vir a ser incluído em alguma das “janelas” deixadas por ele —há 12 sessões ao longo do segundo semestre ainda sem pauta definida. Depois de o plenário do Supremo suspender, por 10 votos a 1, a decisão da juíza federal Carolina Lebbos sobre a transferência de Lula, dirigentes do PT pediram que o PC do B, autor de uma das ações, fizesse nova manifestação ao tribunal pela retomada do julgamento. Apesar de a decisão interessar ao ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018 após ter sido condenado em segunda instância na Lava Jato, há um esforço dos mundos político e jurídico para tentar despersonificar o julgamento —em relação ao petista, a condenação no caso tríplex foi mantida também no STJ (Superior Tribunal de Justiça), embora com redução da pena.
Folha de S.Paulo
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