terça-feira, 24 de junho de 2025

Alta Tecnologia made in Brazil: o País como celeiro da inovação

 



Alfa Sense

Alta Tecnologia made in Brazil: o País como celeiro da inovação

Paulo Sérgio Pires*

Durante décadas, consolidou-se no imaginário coletivo brasileiro a crença de que apenas produtos e tecnologias estrangeiras oferecem qualidade e inovação. Essa mentalidade, conhecida por aqui como a ‘Síndrome do Vira-Lata’, muitas vezes ainda resiste. Empresas e principalmente consumidores neste país possuem uma inclinação natural para valorização de soluções importadas, subestimando assim, o grande potencial de desenvolvimento brasileiro na área de tecnologia. Mas esta postura está começando lentamente a mudar.

No segmento da Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), nota-se que os números reforçam essa dependência externa. De acordo com o Comex Stat - sistema oficial de estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2024, o Brasil importou US$ 3,4 bilhões em equipamentos de telecomunicações da China, o que representa 57% do total de importações no setor. Seguindo a lista de países fornecedores de tecnologia para o Brasil, o Vietnã aparece com 15% (US$ 878 milhões) e Taiwan com 2,3% (US$ 138 milhões).

No entanto, se por um lado mostra-se essa alta na dependência, por outro, há sinais claros de transformação deste cenário. O estudo ‘Mercado Brasileiro de Software: panorama e tendências 2025’ divulgado em março deste ano pela Associação Brasileira das Empresas de Softwares (ABES) em parceria com a consultoria global International Data Corporation (IDC), posiciona o Brasil como o 10º maior mercado do mundo em investimentos em softwares, hardwares e serviços de TI.

Em 2024, o país investiu o montante de US$ 59 bilhões nessas áreas, refletindo a maturação do ecossistema nacional de inovação e digitalização.

Era da obsolescência programada e a força da alta tecnologia brasileira

Produtos tecnológicos importados muitas vezes são desenvolvidos planejadamente com ciclos de vida curtos, é a chamada “obsolescência programada”. Isso resulta para o consumidor brasileiro custos recorrentes com substituições de peças/equipamentos e dificuldade de manutenção cada vez mais recorrentes.

A crescente insatisfação com esse modelo abre espaço para questionamentos estratégicos: o Brasil tem capacidade para competir em tecnologia de ponta? A resposta, embasada em dados recentes, é positiva.

Estamos investindo muito em tecnologia, e não obstante, partimos para o mercado da alta tecnologia que engloba o que há de mais moderno em inovação tecnológica em máquinas, equipamentos e softwares.

Dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), divulgados neste ano, nos traz um recorte que é preciso ser enxergado com otimismo. A indústria de alta tecnologia no Brasil cresceu 6,6% em 2024, na primeira expansão após cinco anos seguidos de queda.

O desempenho foi superior ao avanço de 3,8% da indústria de transformação no mesmo ano e aproximou-se da categoria de média-alta tecnologia, que registrou avanço de 6,9%.

Vale destacar que os segmentos que mais cresceram no país incluem: fabricação de aeronaves; produtos farmoquímicos e farmacêuticos; equipamentos de informática, e eletrônicos e ópticos. Este último setor, por sinal, tem atingindo forte expansão com um intenso protagonismo de startups e centros tecnológicos. Todos os dados confirmam que o Brasil não apenas consome tecnologia, mas também a produz com excelência em nichos estratégicos.

É preciso reconhecer, apoiar e impulsionar a inovação nacional

Uma coisa é fato, empreender no Brasil, especialmente em setores de alta complexidade tecnológica, exige resiliência e resistência. Mas a capacidade criadora de adaptação e o profundo conhecimento do mercado local têm incentivado soluções tecnológicas legitimamente brasileiras, muitas delas mais eficazes e aderentes à nossa realidade do que os equivalentes estrangeiros.

Valorizar essas iniciativas no Brasil é fortalecer a economia, gerar empregos qualificados, fomentar a pesquisa científica e ampliar a autonomia nacional em setores críticos. Trata-se de vestir, com orgulho, a camisa da tecnologia verde-amarela.

A inovação ‘made in Brasil’ está em ascensão. Para consolidarmos nossa posição como celeiro tecnológico, é essencial romper paradigmas, fomentar políticas públicas eficazes e, principalmente, acreditar no potencial criativo, técnico e estratégico da indústria nacional. O futuro da alta tecnologia neste País não está mais distante. Ele já começou e é ‘brasileiro da gema’.

*Paulo Sérgio Pires é jornalista, publicitário e professor de Comunicação. É gerente de atendimento da Vervi Assessoria de Comunicação. Possui mestrado e especialização pela USP, onde também foi pesquisador bolsista. Tem vivência em jornalismo industrial e novas tecnologias de produção e inovação.



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Sobre a Alfa Sense

A Alfa Sense é uma deep tech, líder e referência no desenvolvimento e fabricação de soluções avançadas em Sensoriamento Óptico & IoT 100% nacional. Em 5 anos de operação, alcançou 11 importantes conquistas. Venceu 6 desafios tecnológicos voltados à indústria 4.0, Inteligência Artificial e Fotônica e ganhou 5 prêmios nacionais de inovação de repercussão internacional, destes, 4 foram no setor de segurança e 1 voltado para inovação no setor de Óleo & Gás, que atestam sua competência no desenvolvimento de soluções avançadas e inovadoras para o mercado brasileiro.

Possui escritórios em São Paulo e Belo Horizonte, e inaugurou recentemente a Alfa Sense Research Labs – em Campinas /SP no Pólis, uma estrutura dedicada ao desenvolvimento de alta tecnologia, localizada no maior polo de desenvolvimento tecnológico do Brasil. Ampliou também sua linha de produção com uma nova planta fabril na cidade de Paulínia/SP e estabeleceu um escritório avançado em Nova York, para dar apoio nas negociações estratégicas e definição de parcerias comerciais nos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e África.

A empresa tem o objetivo de posicionar o Brasil como referência mundial no desenvolvimento e fabricação de alta tecnologia por meio de sensores ópticos, sem uso de componentes elétricos ou eletrônicos em campo. A Alfa Sense fornece soluções avançadas para os mercados de Segurança Eletrônica, Defesa, Energia, Mineração e Óleo & Gás. Mais informações pelo site: www.alfasense.com.br




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