Paulistana
de nascença, crescida nas brisas de Natal (RN) e atual moradora de
Itacaré (BA), pesquisadora científica estreia na escrita literária com
romance em que parte de sua própria experiência para guiar Isabel, sua
personagem principal, por um processo de cura física e ancestral.
“É
preciso coragem para dizer o que está sendo dito neste livro. São raras
as pessoas que teriam a firmeza de compartilhar verdades tão profundas e
viscerais. Eu, pessoalmente, conheço poucas. Fui testemunha viva desse
processo que ouso chamar de renascimento. Eu vi, de perto, Isabel se
desfazer. Eu a vi retirar, uma por uma, cada camada que constituía a sua
personalidade e a sua história. Eu a vi tocar a escuridão do vazio.
Soluçar suas dores. Olhar nos olhos angustiantes da desesperança.”
Gabriela Raulino, jornalista e doutora em Comunicação pela UFRJ, no prefácio
Isabel
está passando por uma fase de grande desgaste na vida profissional e
decide fazer um mergulho interno para se conhecer e se conectar
verdadeiramente com a natureza ao seu redor. Em “O Caminho do Despertar: um convite ao acolhimento e à autonomia espiritual” (Editora Labrador, 144 págs.), Ingrid Guerra Azevedo (@ingridguerraz) apresenta
uma mulher bem sucedida como pesquisadora científica e acadêmica que,
às vésperas dos 40 anos, a partir de práticas com as medicinais da
floresta, inicia um processo de despertar espiritual, o qual culmina em
um verdadeiro renascimento.
A
relação do latino-americano com o trabalho atualmente é bem
representada na história de Isabel. Segundo estudo da consultoria
Gallup, o Brasil é o quarto país com mais profissionais tristes ou com raiva diária na América Latina, atrás de Bolívia, El Salvador e Jamaica. Esses dados apontam que 46%
dos brasileiros sentem estresse diariamente no ambiente de trabalho.
Entre os gatilhos apontados pela pesquisa, além de carga de trabalho
excessiva, está também o isolamento e sensação de falta de apoio por
parte da liderança.
Em “O Caminho do Despertar”,
Isabel muda para o Chile a trabalho duas semanas antes de se iniciar a
pandemia, experimentando uma nova forma de isolamento e solidão. Sua
busca por conexão contrasta com o frio e a falta de sol de sua nova
morada. A personagem intercala períodos de depressão profunda com o
ceticismo em aceitar o que a espiritualidade lhe apresentava.
Curandeira de si: como a espiritualidade auxiliou na cura da depressão
Ingrid Guerra Azevedo começou a escrever “O Caminho do Despertar”
após a cura de um episódio próprio de depressão, vivido em paralelo com
a descoberta de sua espiritualidade. “Quando me vi curada, achei que
escrever sobre o que aprendi ajudaria outras pessoas”, aponta. A partir
da primeira página do livro, introdução escrita pela autora durante o
Natal de 2023, a escrita fluiu com um ritual diário: todas as manhãs
escrevia uma página após meditar.
Fisioterapeuta
PhD, com longa experiência como docente e pesquisadora internacional,
Ingrid é paulistana, mas cresceu em Natal, Rio Grande do Norte, onde
morou até 2020. A partir da pandemia do Covid-19 viveu três anos no sul
do Chile e hoje vive em Itacaré, Bahia, assim como aconteceu com sua
personagem Isabel no decorrer do livro.
A
autora escreve desde criança e manteve diários sobre seu dia a dia e
viagens até os 22 anos. A partir da carreira acadêmica, inicia uma
prolífica fase de colaboração em publicações científicas, com mais de 60
artigos escritos como autora ou coautora, desses 50 já publicados em
três idiomas. Com a escrita científica já ganhou quatro prêmios em
congressos internacionais em Milão, Madrid, e Barcelona.
“O Caminho do Despertar”
é seu primeiro livro com narrativa não-científica. A autora cita obras
como “Mulheres que Correm com os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés, e “A
Jornada da Heroína”, de Maureen Murdock, como influências que ajudaram
na escrita e no seu processo pessoal de aprendizagem. Curiosa sobre os
mistérios da vida, Ingrid também se dedica atualmente a integrar saberes
científicos contemporâneos aos ancestrais, através de estudo de
Xamanismo e Medicinas da Floresta.
Medicina contemporânea e ancestral para encontrar caminhos de cura
Para
Ingrid, o livro pode ser definido em três temas centrais:
autodesenvolvimento, saúde integrativa e espiritualidade. A partir da
trajetória laboral de Isabel, a autora reflete sobre escolhas de
carreira, vínculos afetivos, saúde em vivências terapêuticas diversas.
“Ao mergulhar no seu autodesenvolvimento como ser humano, a personagem
se despede de várias máscaras que usava para caber em convenções
sociais”. Esse processo de descoberta é fundamental para as decisões que
Isabel passa a tomar em um caminho para uma vida mais leve e alinhada
com a sua essência.
A
autora comenta sobre enfermidades como síndrome de burnout, depressão e
ansiedade generalizada. No seu processo de cura, a personagem Isabel
não utiliza apenas a medicina convencional, mas também recursos como
meditação, yoga e outras terapias integrativas.
Ingrid
explica que a espiritualidade percorre todo o enredo do livro, mas se
revela a Isabel apenas quando ela começa a se despedir de suas dúvidas e
aprende a acreditar na própria intuição. “Somente depois de atravessar a
noite escura da alma, de mergulhar para dentro de si e de suas
questões, Isabel conseguiu se ver como alguém que estava apta a ajudar
outras pessoas de maneira genuína.”
Por
meio da trajetória de Isabel, Ingrid reflete como é possível construir
uma nova maneira de viver e pensar a medicina contemporânea e a
ancestral, de forma complementar. “A saúde não é composta somente do
corpo físico e mental”, explica a autora, ao mencionar que existe muito
além desses dois corpos, que, juntos, funcionam como uma engrenagem. “Se
um dos corpos - físico, mental, energético, espiritual, emocional - não
funciona bem, todos os demais são afetados.” No livro, Isabel se
descobre como uma espécie de “cientista de si”, mas também aprende a se
aceitar como sua própria curandeira ao revisitar suas dores e traumas.
Para
Ingrid foi uma escrita transformadora e aponta: “Escrever esta obra foi
gestar e parir Isabel, segurá-la nos braços, amamentá-la, vê-la
engatinhar e agora, com o lançamento, vê-la dar seus primeiros
passos”. A autora espera que sua escrita auxilie, de alguma maneira, na
transformação dos leitores perdidos em seus despertares espirituais, ou
até mesmo aqueles que ainda não viveram ou que já passaram pelo processo
de despertar espiritual.
Ingrid
também espera continuar a escrever narrativas e artigos sobre saberes
ancestrais e espiritualidade. “Sinto que em algum momento desta vida,
chegará a sequência para O Caminho do Despertar.”
Confira um trecho do livro:
“O
processo de despertar é solitário, confuso e, por momentos, desafiador.
A mente, presa ao ego, não acompanha a expansão que o espírito
atravessa. Nesse ínterim, o corpo, morada do espírito, também exige
mudanças. É necessário que as transformações se alinhem ao que o
espírito está vivenciando. E, mais uma vez, o tempo e a paciência
funcionam como aliados.”
Adquira “O Caminho do Despertar: Um convite ao acolhimento e à autonomia espiritual” pelo site da Editora Labrador: https://editoralabrador.com.br/produto/o-caminho-do-despertar/
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