A
proximidade com o meio ambiente e a compreensão sobre a sua relevância
despertam uma visão crítica sobre a temática ambiental e senso de
pertencimento que ajudam a fortalecer a responsabilidade de conservá-lo e
protegê-lo. Nesse sentido, em um momento em que eventos climáticos
extremos atingem recorrentemente o Brasil e diferentes partes do mundo, é
fundamental formar uma nova geração conectada com a natureza e
consciente de sua importância. Crianças e adolescentes precisam entender
a relação existente entre um planeta em equilíbrio e eventos climáticos
extremos, como enchentes, ondas de calor, aquecimento do oceano,
incêndios, assim como a necessidade de termos cada vez mais Soluções
Baseadas na Natureza no dia a dia.
A
Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da Educação
Nacional. O ensino nas escolas é previsto na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) como competência que deve ir além de Ciências e ser
abordada de forma interdisciplinar em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não-formal. Ela é primordial
para ajudar a sensibilizar e conscientizar estudantes, a fim de formar
agentes transformadores e protetores de um planeta mais sustentável para
todos. Portanto, em 24 de janeiro, ocasião em que é celebrado o Dia Internacional da Educação, e que simboliza o compromisso com o desenvolvimento da educação, falar sobre seu viés ambiental torna-se indispensável.
Segundo Alexander
Turra, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
(RECN), professor titular do Instituto Oceanográfico da USP e
responsável pela Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano,
a Educação Ambiental é uma temática que vem amadurecendo desde o final
do século 20 como um instrumento importante e relevante na busca de uma
reconexão das pessoas com a natureza e vice-versa, já que há uma relação
indissociável entre elas. A natureza tem papel essencial no bem-estar
da sociedade. E o aprendizado e a prática da Educação Ambiental, por
meio do ensino fora ou dentro da escola, tem aspecto fundamental como
alicerce na construção do futuro que teremos.
“Na
medida em que foi sendo compreendida e experimentada, a Educação
Ambiental demonstrou ter diferentes vertentes que, em conjunto, criam
uma possibilidade bastante abrangente de diálogo com a natureza e de
promoção da transformação da relação entre a sociedade com ela. Então, é
fundamental que essa abordagem esteja na base de qualquer processo
educativo, uma vez que diz respeito à nossa relação com nós mesmos, com o
nosso passado, com o nosso presente e com o nosso futuro. É um tema
essencial para ser trabalhado tanto no ambiente escolar quanto fora
dele”, afirma Turra.
O eu, o outro, o nós e o planeta
O
professor acrescenta que a motivação para trabalhar a temática
ambiental é variada. A vertente conservacionista busca aproximar as
pessoas da natureza para que compreendam a importância do ambiente
protegido e busquem sua preservação. Já a vertente crítica, trabalha com
uma visão mais integrada entre ambiente e sociedade, buscando
identificar as raízes dos problemas ambientais – que também são sociais.
“É
fundamental que os problemas ambientais sejam entendidos enquanto
mazelas derivadas das escolhas e atitudes da sociedade, que acabam
impactando a própria sociedade. Assim, estamos pensando não só a questão
da natureza, mas o bem-estar social. A abordagem apropriada para
trabalhar essas questões e promover a mudança é efetivamente trazer para
a discussão aspectos críticos e complexos que vão levar a um
entendimento, a uma leitura madura do sistema socioecológico, a ponto de
fazer as pessoas assumirem posturas e atitudes e realizarem ações que
promovam mudanças, na escala que elas conseguem. Com isso, formamos
agentes de transformação da sociedade, da própria realidade e do sistema
socioecológico como um todo”, aponta Turra.
Como trabalhar temas da atualidade em sala de aula
Todos
os temas cotidianos relacionados à Educação Ambiental com aderência à
vida das pessoas, fazendo com que cada um se veja pertencente dessa
realidade e tenha motivações para mudá-la, podem e devem ser trabalhados
em sala de aula. Entre eles, vale destacar a adaptação às mudanças
climáticas, as Soluções Baseadas na Natureza, e a cultura oceânica.
De
acordo com Turra, é necessário que as pessoas entendam a importância do
oceano em suas vidas e suas responsabilidades na qualidade desse
ambiente. “A cultura oceânica faz parte de uma discussão mais abrangente
sobre a relação da sociedade com a natureza. Mas, no caso do oceano,
essa relação é pouco compreendida. É preciso que as pessoas vejam as
conexões que têm com o oceano, ainda que vivam distante dele. No ar que
respiramos, na comida que ingerimos, na poluição que geramos e que pelos
rios chega ao oceano. Direta ou indiretamente, essas relações
acontecem.”
Já
as Soluções Baseadas na Natureza mostram que desafios ambientais
contemporâneos podem ser superados com a proteção da própria natureza.
Exemplos desse conceito são a proteção de margens e cursos de rios para
evitar alagamentos e enchentes; a criação de jardins de chuva em
ambientes urbanos para aumentar a capacidade de infiltração do solo ou a
arborização de ruas para amenizar o calor em dias quentes. Há vários
tipos de Soluções Baseadas na Natureza que podem ser usados em
diferentes realidades. São ferramentas de estudo e trabalho para as
novas e futuras gerações.
Coleção Meu Ambiente
Nesse contexto, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
recorre à Educação Ambiental para sensibilizar a sociedade sobre a
importância da proteção das áreas naturais e da preservação do planeta.
Com o propósito de auxiliar o processo de conexão de crianças e jovens
com a natureza e tratar da importância da sua conservação para o
bem-estar social, a instituição disponibiliza em seu site, de forma
gratuita, a coleção Meu Ambiente, composta de 18 volumes (nove exemplares para professores e nove para estudantes) em formato digital. Para acessar, clique aqui.
“Com
a coleção Meu Ambiente, encontramos uma forma de estimular e facilitar o
uso de temas ambientais pelos educadores e aproximar a natureza de
crianças e jovens. Cada volume aborda um tema e é voltado para uma série
do Ensino Fundamental. Os livros do volume 7, por exemplo, retratam as
mudanças climáticas para estudantes e professores do 7º ano. Vale
lembrar que a natureza está mais perto do que se imagina; basta olhar ao
redor”, fala o gerente-sênior de Engajamento, Comunicação e Relações Institucionais da Fundação Grupo Boticário, Omar Rodrigues.
Desenvolvida
com a coordenação pedagógica do Sistema Educacional Família e Escola
(Sefe), a coleção pode contribuir para o desenvolvimento de competências
da BNCC, como o exercício da curiosidade intelectual e abordagem
própria das ciências para investigar causas, elaborar hipóteses,
resolver problemas e criar soluções. Os exemplares trazem conteúdos
paradidáticos, com referencial teórico e propostas de atividades,
desenvolvidos para professores do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). Os
temas que intitulam as obras são atuais e presentes nas discussões
cotidianas, como Ecossistema Marinho, Água e Conservação da Natureza.
Ainda
diante das competências da BNCC, o material pode ser usado para que os
alunos construam argumentações com base em fatos, dados e informações
confiáveis na defesa dos direitos humanos, da consciência socioambiental
e do consumo responsável.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com
mais de 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam
para conservar o patrimônio natural brasileiro. Com foco na adaptação
da sociedade às mudanças climáticas, especialmente em relação à
segurança hídrica e à proteção costeira, a instituição atua para que a
conservação da biodiversidade seja priorizada em todos os setores.
Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, considera
que a natureza é a base para o desenvolvimento social e econômico do
país. Sem fins lucrativos e mantida pelo Grupo Boticário, a Fundação
Grupo Boticário contribui para que diferentes atores estejam mobilizados
em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e
econômicos. Já apoiou mais de 1.700 iniciativas em todos os biomas no
país. Protege duas reservas privadas na Mata Atlântica e Cerrado – os
biomas mais ameaçados do Brasil pelo desmatamento –, somando 11 mil
hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com 1,4 milhão de
seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do
cotidiano das pessoas. A instituição é fruto da inspiração de Miguel
Krigsner, fundador e presidente do Conselho do Grupo Boticário, criada
em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um
marco para a conservação ambiental mundial. | www.fundacaogrupoboticario.org.br | @fundacaogrupoboticario (Instagram, Facebook, LinkedIn, YouTube, TikTok).
Sobre a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
A
Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de
80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que
trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da
natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas,
biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores
universitários – de referência nacional e internacional – que se
voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas,
trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações
de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é
uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os
pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a
opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br
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