segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Para especialista, políticas públicas nacionais precisam olhar mais para a inclusão produtiva




 

Apoio da iniciativa privada cresce no setor público em setores como a moradia social, porém, é possível expandir as parcerias para outros segmentos
 

O Brasil vive um momento inédito quanto ao investimento do setor privado em iniciativas públicas. O mais recente dado do iRadarPPP, de setembro, revela o surgimento de 86 iniciativas – o maior número observado nos últimos 16 meses. São as chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs), que crescem para atender às demandas sociais e a necessidade de aliviar as contas. O relatório Infrascope, do jornal inglês The Economist, que avalia a capacidade dos países de implementar parcerias público-privadas (PPPs) sustentáveis, destaca o Brasil como o principal país da América Latina para alianças bem-sucedidas sobre o tema. Apesar do terreno fértil e propositivo, para especialista, é fundamental ampliar o olhar e valorizar o social, passando pela inclusão produtiva.
 

“Transformar iniciativas em soluções de alta escala capazes de impactar a sociedade de forma mais ampla e sustentável é sempre um grande desafio. E estamos falando de um processo mais amplo, que efetivamente conecte pessoas em situação de vulnerabilidade com oportunidades de geração de renda, seja por meio de empregos formais ou empreendedorismo”, comenta Ivan Pereira, Vice-presidente da Mind Lab, empresa com foco em educação e inclusão produtiva.
 

Entre as principais iniciativas em vigor nesse setor está a “Praça da Cidadania”, do Governo de São Paulo. O projeto surgiu em 2019 e conta com sete unidades em funcionamento, além de outras 13 em implementação. O intuito é oferecer espaços voltados à proteção e inclusão, com condições para o aperfeiçoamento profissional e participação comunitária de pessoas em situação de vulnerabilidade.
 

Já em Recife, o projeto “Morar no Centro”, com foco em moradia social, visa ampliar as políticas públicas de habitação, além de promover e ocupar a região central da capital pernambucana. Ivan destaca que projetos como esse têm grande potencial para se tornar referência nacional: “Incorporar ações com foco em inclusão produtiva gera um movimento inédito no país. Isso porque além de facilitar a disponibilidade de moradias sociais, dá a oportunidade de envolver essas pessoas em um novo e frutífero caminho, onde poderão se capacitar para uma nova profissão”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação recuou para 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024. Apesar da queda, a população desocupada, número de pessoas que não estavam trabalhando e procuravam por uma ocupação, é de 7 milhões, número bastante elevado.
 

Ivan finaliza com uma análise sobre o cenário geral das PPPs no Brasil: “essas parcerias oferecem um caminho estratégico para expandir e acelerar iniciativas e permitem que o capital privado seja alavancado para financiar a construção, manutenção e operação de projetos sociais. Assim, oferecem vantagens como o alívio orçamentário às contas públicas, redução da carga administrativa, melhoria da qualidade dos serviços, inovação, agilidade, entre outras. Olhando para o campo da ascensão social, é um caminho eficiente e sustentável”.
 

Para o especialista, é fundamental oferecer mais oportunidades. “A inclusão produtiva é um caminho para diminuir ainda mais esse dado. Fomentar a geração de renda a partir da educação pode proporcionar a essa grande parcela da população uma mudança positiva na vida, o que afeta uma família inteira e, consequentemente, a comunidade ao redor”, conclui.



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