FenaSaúde registra aumento de 264% em comunicações ao Coaf por operações suspeitas
Parceria
entre órgão de controle e operadoras de planos de saúde resulta em
identificação maior de movimentações financeiras irregulares em todo o
país
A
cooperação entre a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e
o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao
Banco Central, já produz efeitos. Desde o início da parceria, em 2023,
as seguradoras e operadoras de planos de saúde associadas à FenaSaúde
registraram um aumento de 264% no número de operações comunicadas ao
Coaf por suspeitas de irregularidades, principalmente fraudes.
No
ano passado, a FenaSaúde e o Coaf fecharam acordo para treinar técnicos
das companhias através de um curso de qualificação para fortalecer a
fiscalização sobre processos de integridade e governança visando ao
combate a fraudes. Entre 2019 e 2023, a federação e suas associadas
registraram mais de 4,5 mil notícias-crime e processos judiciais contra
fraudadores. A estimativa de prejuízo anual para o setor chega a R$ 34
bilhões.
Os
resultados obtidos levaram à realização de uma segunda edição do curso
de treinamento, com 99 técnicos entre auditores, advogados e analistas
das operadoras e da FenaSaúde para prevenção e combate a fraudes e
identificação de operações suspeitas, além de promoção de aprimoramento
de compliance.
"O
setor de saúde suplementar vem sendo alvo de fraudes milionárias, que
somam até R$ 34 bilhões em prejuízos todos os anos não só para as
operadoras, mas também para os beneficiários de planos de saúde. E essa
conta é paga por todos nós porque esse prejuízo nos impacta com muita
força e pressiona os nossos custos. Foi por isso que procuramos o Coaf
no ano passado e essa parceria tem sido muito estratégica. Os resultados
positivos já mostram isso e decidimos reforçar esse treinamento", explica a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente.
Dentre
os casos descobertos, estão o de uma quadrilha formada por clínicas que
usavam um falso banco digital sem autorização para operar pelo Banco
Central, que resultou numa fraude de R$ 18 milhões em São Paulo; o de um
usuário acusado pela falsificação de 123 pedidos de reembolso, em
Itapecerica da Serra (SP); um golpe de R$ 9 milhões cometido por uma
clínica de tratamento do transtorno do espectro autista, em São Caetano
do Sul (SP), com 309 solicitações de atendimentos falsos; e o de um
grupo que criava empresas-fantasma para forjar vínculos empregatícios,
que obteve R$ 11 milhões em falsos reembolsos, em Itaguaí (RJ).
“Esta
segunda edição do treinamento reflete nosso compromisso e empenho em
aprimorar a atuação das operadoras com o combate às fraudes”, completa Vera Valente.
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