O
turismo feminino tem se consolidado como um segmento importante no
Brasil, refletindo um mercado em crescimento que evidencia a maior
autonomia e empoderamento das mulheres. Uma pesquisa do Hurb,
empresa de tecnologia que atua no setor de turismo há 13 anos, revelou
que 15% das mulheres viajaram sozinhas no último ano, um público que
representa 57% dos clientes da empresa. Em 2023, elas eram o quarto
maior grupo entre os viajantes de pacotes, somando 18,4% das vendas, que
incluem mulheres viajando sozinhas, com crianças ou em duplas.
Recentemente,
o Ministério do Turismo iniciou tratativas com a ONU Mulheres para
estabelecer um acordo de cooperação técnica voltado para o público
feminino que viaja sozinho pelo país. O objetivo é desenvolver materiais
informativos e promover a capacitação dos profissionais do setor,
visando melhorar os serviços prestados a essas viajantes.
Na
reunião, que aconteceu em julho deste ano, a secretária executiva do
Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes, destacou a importância de
combater a violência contra mulheres em todos os espaços. “Combater
qualquer tipo de violência e garantir o respeito à mulher faz parte do
turismo forte, sustentável e inclusivo que estamos construindo”,
afirmou. Essa iniciativa se alinha à ação federal “Brasil Sem
Misoginia”, que busca proteger as mulheres e combater a discriminação e o
assédio.
O crescimento do turismo solo feminino
O aumento de mulheres viajando sozinhas não se limita apenas ao Brasil. Um estudo da InsureMyTrip identificou as melhores cidades para aquelas que viajam sozinhas, colocando Munique em primeiro lugar, seguida por Madrid e Londres.
Essas cidades se destacam por sua segurança, igualdade de gênero e
qualidade de vida, proporcionando um ambiente favorável para as
viajantes. Os critérios de avaliação consideraram a segurança ao
caminhar sozinha, a igualdade de gênero e o custo de vida, fatores
essenciais para garantir a tranquilidade das mulheres durante suas
jornadas.
O
estudo também destacou as 10 piores cidades para mulheres que viajam
sozinhas. Kuala Lumpur, na Malásia, ocupa a primeira posição,
apresentando os piores índices em relação à ausência de discriminação
legal e à segurança ao caminhar sozinha à noite. Johor Bahru, também na
Malásia, segue como o segundo destino menos favorável para viajantes
femininas.
Déli,
na Índia, é a terceira posição com menos indicada. Embora a cidade
receba altas pontuações pela qualidade das atividades e pelo custo
diário, apresenta baixos índices em relação a ataques baseados em gênero
e igualdade. Outros destinos na lista incluem Singapura, Joanesburgo,
Riad, Jacarta, Las Vegas e Marrakech, todos com desafios significativos
para a segurança e a igualdade das mulheres que optam por viajar
sozinhas.
Desafios e medidas de segurança
Apesar
do crescimento do turismo feminino, as mulheres ainda enfrentam
desafios significativos, incluindo a violência de gênero e o assédio. O
Ministério do Turismo está alinhando seus materiais de proteção às
turistas com as melhores práticas internacionais, visando capacitar os
profissionais do setor a oferecer um atendimento mais adequado e seguro.
As
viajantes também devem estar atentas a algumas dicas de segurança.
Conhecer o destino com antecedência, planejar itinerários e escolher
acomodações seguras são algumas das recomendações importantes. É
essencial evitar ostentar objetos de valor e utilizar apenas serviços de
transporte confiáveis. Ter um seguro de viagem que cubra emergências
médicas e roubos é outra medida de precaução que pode trazer
tranquilidade durante a viagem.
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