sábado, 26 de outubro de 2024

É SEGURO O SISTEMA DE TRANSPLANTES NO BRASIL? COMO FUNCIONA? ESPECIALISTA RESPONDE.

 
 



Após um caso isolado de órgãos contaminados por HIV no Rio de janeiro, o cirurgião e membro da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), explica que o transplante no Brasil é um dos mais seguros no mundo, ele conscientiza sobre doação de órgãos e esclarece dúvidas comuns.


Diante da complexidade de algumas doenças, existem casos em que um ou até mais órgãos chegam a um ponto de disfunção, perdendo a sua capacidade vital. Esses casos são extremamente comuns, evidência disso é que de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes, segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) em média, cerca de 3.000 pessoas morrem por ano enquanto aguardam a cirurgia. Só no primeiro semestre deste ano, foram 1.793 mortes, sendo 46 crianças.

De janeiro a junho, foram feitos 4.579 transplantes de órgãos, 8.260 de córnea e 1.613 de medula óssea, totalizando 14.452 transplantes. Já em outubro, quase 45 mil pessoas estão na lista de espera. A taxa de doadores de órgãos ficou 2% abaixo da obtida no ano passado e 7,1% menor que a taxa prevista para este ano até junho, segundo o relatório da Associação Brasileira de Transplantes de órgãos (ABTO).
 

Mas afinal, é seguro realizar transplantes de órgãos no Brasil?

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é líder global em transplantes de órgãos, tecidos e células, sendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) financia aproximadamente 95% dessas operações no País. Em termos absolutos, o Brasil é o segundo maior executor de transplantes do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (EUA).
 

O médico Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro da Associação Brasileira de Transplante de órgãos (ABTO), enfatizou que casos como o revelado na semana passada, de contaminação por HIV em pacientes transplantados, são “atípicos” e não podem interferir ou desestimular a população na conscientização da doação de órgãos. “O sistema nacional de transplante possui diversos protocolos que tornam o sistema de análise dos doadores muito seguro. Durante o processo de seleção são testados, não somente o HIV, mas vários outros vírus e doenças transmissíveis, o que tornou o processo muito seguro e eficiente durante muitos anos”, completou.
 

Dessa forma, Dr. Nacif reforça que o Brasil possui um sistema de transplantes altamente seguro e eficaz. Casos como o mencionado acima não são comuns. O Brasil tem uma rede consolidada que salva vidas diariamente.
 

Como funciona a fila de espera ?

Para entender como funciona a fila de espera, o especialista explicou que quando chega este momento é comum surgirem muitas dúvidas, desde as mais simples envolvendo quem pode ser doador e como doar, até questões mais graves, como um acesso mais fácil para o começo da fila. Por isso, é de suma importância a orientação e informação sobre o tema.


“A lista da fila do transplante é uma lista única, séria e sobretudo criteriosa. E sim, existe um lista única relacionando todas as pessoas que precisam ser transplantadas, sejam elas oriundas de hospitais públicos, privados, com ou sem convênio médico e a ordem de prioridade acontece por meio de uma série de fatores que vão desde histórico, gravidade da doença e claro, o órgão no qual a pessoa necessita, por isso algumas pessoas parecem ‘ter mais sorte’, mas no caso, costumam ser a que estão com um quadro mais grave” – pontua.
 

Como funciona a doação em vida?

No caso específico de doação em vida, ela pode acontecer desde que ocorra em um órgão duplo como o rim, ou apenas parte de um órgão, como fígado ou pulmão, que são órgãos mais comumente transplantados. Outra possibilidade, ainda, é a doação de medula óssea – um dos mais realizados. É bom ressaltar que, o doador em vida, precisa estar em ótimo estado de saúde para não se comprometer a si.
 

Nacif destaca também que os números de doadores no Brasil precisam ser mantidos: “Dependemos 100% de doações e para que o número de transplantes efetivos cresça a educação contínua é essencial para aumentarmos uma cultura de doação e melhorarmos os índices. Um único doador falecido, por exemplo, pode ajudar até dez pessoas que estão na fila do transplante. Em resumo, a doação de órgãos representa um avanço na medicina contemporânea, permitindo não apenas a preservação de vidas, mas também a promoção de uma cultura solidária” – garante o cirurgião.
 

Como manifestar seu desejo em ser um doador de órgãos:

No caso de doação pós morte, é imprescindível que haja uma conversa com os familiares, já que são eles que repassam a decisão do falecido para a equipe médica. Por fim, o médico enfatiza também que o procedimento não é tão simples e para encontrar um órgão compatível, todos os doadores são pré-avaliados por equipes médicas, focadas em órgãos específicos, para conferir a disponibilidade do doador.

“Existem níveis, e geralmente, consideramos que o paciente internado até 7 dias é ótimo para a prática, porém, casos que vão além deste prazo, não são necessariamente descartados. Ao contrário de alguns outros critérios piores, como pessoas com histórico de uso drogas, ingestão de bebidas alcóolicas, fumantes e com idades mais avançadas” – finaliza Lucas Nacif.
 

Saiba mais sobre Lucas Nacif: Especialista em cirurgia geral, e do aparelho digestivo, o Dr. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreática e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. Além de suas contribuições no campo da cirurgia, o Dr. Nacif é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Internacionalmente, ele é membro da ILTS (International Liver Transplantation Society), TTS (The Transplantation Society) e AHPBA (Americas Hepato-Pancreato-Biliary Association). O Dr. Nacif dedica-se integralmente à promoção da saúde digestiva, buscando não apenas a cura, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida de seus pacientes. Para saber mais, visite: www.lucasnacif.com eLink 
 

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Fonte |Dr. Lucas Nacif CRM 131210-SP | Link e dr.lucasnacif_gastrocirurgia



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