quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Bahia planeja acelerar industrialização, destaca governador Jerônimo Rodrigues, no Congresso da Abit

 

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Evento apresentou com exclusividade “Estudo Têxtil da Bahia”,
realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do
IEMI – Inteligência de Mercado e do Senai Cimatec
 

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia. Crédito: Mário Marques

Na cerimônia de abertura do 9º Congresso Internacional da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), iniciado nesta quarta-feira (30/10), no Senai Cimatec, em Salvador (BA), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou planos para fortalecer o setor no Estado. Também expressou seu compromisso com a segurança jurídica e a viabilidade dos negócios. “Fizemos investimentos estruturantes em estradas, buscando portos, aeroportos e aeródromos, em prol da mobilidade de pessoas e de cargas, garantindo a produção e um ambiente seguro de energias renováveis”, salientou.

Rodrigues mostrou mapa produzido em parceria com o Senai Cimatec sobre o potencial energético da Bahia, considerando a eólica, solar e, por consequência das duas, o hidrogênio verde. “Portanto, temos capacidade de oferecer matriz energética limpa e mão de obra qualificada”, enfatizou, assegurando o interesse do Estado no desenvolvimento do setor.

Em sua fala de abertura, Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, apresentou mensagem de compromisso com a sustentabilidade do presidente da entidade, Ricardo Steinbruch, que não pôde participar. “A COP 30, que ocorrerá em Belém em 2025, será uma vitrine muito importante para mostrarmos nossas práticas sustentáveis ao mundo”, disse, em nome do dirigente.

Pimentel, por sua vez, destacou providências necessárias para o desenvolvimento do setor em um cenário desafiador, com número crescente de entrantes internacionais. “Além da agenda macroeconômica, nossa resposta precisa ser muito direta, com inovação, políticas transformadoras, expansão do Reintegra, que é a devolução dos impostos acumulados nas vendas externas, não só das pequenas, mas também das grandes empresas. Teremos de concluir a reforma tributária em curso, com sistema racional, que não onere e não gere tantos contenciosos como temos no País. É preciso criar, assim, um ambiente mais sólido para os negócios, com segurança jurídica, física e patrimonial”, ressaltou.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, a realização do evento no Estado contribui para alavancar o desenvolvimento do setor. “Vamos trilhar esse caminho de fortalecimento da cadeia certa da indústria local. Nada mais adequado do que estar neste congresso, que reverte numa expectativa muito grande, porque as discussões e a divulgação de conhecimento certamente serão fundamentais para essa industrialização, tão desejada por todos nós”, afirmou.

Estudo Têxtil da Bahia

O 9º Congresso Internacional da Abit reuniu Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado, e Vladson Menezes, superintendente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), para apresentar, em primeira mão, o “Estudo Têxtil da Bahia”. O trabalho foi realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI e do Senai Cimatec.

Apresentaram-se estudos de caso relevantes para o desenvolvimento do ambiente de negócios na esfera estadual, um balanço histórico e uma projeção do potencial do setor têxtil e de confecção. Segundo o levantamento, se fosse possível transformar toda a fibra de algodão da Bahia, haveria chance de alcançar a meta de 730 mil toneladas produzidas e o faturamento médio de R$ 23 bilhões, considerando apenas as manufaturas têxteis.

Para Marcelo Prado, caso tivéssemos uma cadeia hermética, o número de empregos poderia saltar dos 23 mil para 600 mil. “A indústria de têxteis e de confeccionados zeraria a mão de obra disponível no Estado. Não à toa, quando começaram seus processos de industrialização e globalização, os países asiáticos escolheram o setor como seu principal motor de desenvolvimento”, explicou, destacando que o cumprimento dessa projeção “alavancaria em 50% o PIB da indústria do Estado”.

Corroborando com a análise, Vladson Menezes, da FIEB, reiterou que o diagnóstico inédito revela que, “dentro das vantagens competitivas próprias da Bahia, destacam-se as condições de logística, disponibilidade do algodão e a questão da resiliência das fibras naturais”. O debate ressaltou a necessidade de envolver o Governo do Estado, com todas as suas secretarias, entidades e órgãos da sociedade, em diálogos com o setor, seja no sentido de divulgar vantagens mercadológicas ou para viabilizar projetos de investimentos.

Nova realidade mundial

O embaixador Roberto Azevêdo, que foi diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), ministrou a palestra inaugural da programação. Intitulada “Nova Realidade Mundial e seus Impactos”, a apresentação apontou três grandes rupturas estruturais na realidade mercadológica global: a revolução digital; o novo cenário de tensões geopolíticas; e a revolução da agenda ambiental e climática.

Tendências como a forte demanda global por critérios de rastreabilidade de matérias-primas e um alerta para a necessidade de amadurecimento desse processo, inclusive no setor têxtil e de confecção, estiveram entre as tônicas da palestra.

Outro tema relevante direcionou as análises para o movimento de internacionalização da China por meio de práticas como a do friendshoring, que estabelece parceria entre empresas de diferentes países. “Vivemos essa dicotomia de manter uma relação muito próxima da China do ponto de vista econômico e ter certa afinidade também de relações comerciais importantes com Europa, Estados Unidos e outros países”, afirmou. “São (esses) novos elementos da geopolítica internacional que precisam ser bem pensados”.

O diplomata encerrou a palestra tecendo elogios ao setor têxtil e de confecção. Classificou-o como “proativo e consciente dos desafios que se colocam dentro do País e internacionalmente”.

A nona edição do Congresso Abit ocorre nos dias 30 e 31 de outubro, contando com os seguintes parceiros estratégicos: DeMillus, SENAI Cetiqt, Vicunha. Apoios institucionais: Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira), uma parceria da Abit com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), MDIC, FIEB e mais de 60 patrocinadores. Com mais de 400 participantes presenciais, o evento conta com mais de seis painelistas e 18 speakers, nacionais e internacionais. Informações em www.congressoabit.com.br


 

Sobre a Abit

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), fundada em 21 de fevereiro de 1957, é uma das mais importantes entidades dentre os setores econômicos do País. Representa a força produtiva de 24 mil empresas instaladas por todo o território nacional, de todos os portes, que empregam mais de 1,3 milhão de trabalhadores e geram, juntas, um faturamento anual (em 2022) de R$ 193 bilhões.

Serviço: 9º CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT
Data: 30 e 31 de outubro de 2024 (quarta e quinta-feira)
Horário: das 8h às 18h
Local: SENAI CIMATEC, Av. Orlando Gomes, 1845, Piatã, Salvador, BA.



 

Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Crédito: Mário Marques
Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit. Crédito: Mário Marques
Plateia. Crédito: Mário Marques
Público presente na cerimônia de abertura. Crédito: Mário Marques






 


Atendimento à imprensa
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