Federação Nacional da Borracha e Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos pedem medidas contra a importação desleal de pneus da Ásia, que ameaça empregos e investimentos no Brasil
São Paulo, 26 de julho de 2024
- A Fenabor (Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de
Artefatos de Borracha, Pneumáticos e Latex) e a ANIP (Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos) vêm à público manifestar, em
conjunto, preocupação com a grave crise econômica que a importação
desleal de pneus da Ásia está provocando no mercado brasileiro.
Dados
apurados junto à Receita Federal mostram que pneus importados da China,
Vietnã, entre outras localidades, estão entrando no país com preços
abaixo do custo de produção industrial e com valores inferiores aos
praticados no mercado internacional, ameaçando empregos e investimentos
no Brasil.
Nos
últimos dois anos México, Estados Unidos e Europa ergueram barreiras
alfandegárias para proteger seus mercados contra os pneus asiáticos para
proteger suas indústrias e empregos. Como o Brasil está desprotegido, o
país virou alvo de desova dos importadores.
Os
efeitos deste ataque injusto e oportunista já começam a ser sentidos
pelo Brasil. As indústrias, sem condições de competir com estes preços
desleais, já estão cancelando investimentos e começam a ter que avaliar
cortes de empregos em suas linhas de produção no mercado local.
A
indústria de pneus brasileira investe e emprega no Brasil há décadas.
São 21 fábricas que empregam e geram renda para 32 mil trabalhadores
diretos e para 500 mil indiretos. Hoje temos 2.500 trabalhadores parados
aguardando para voltarem aos seus postos de trabalho e o temor é que
isso possa não acontecer.
Quando
o país permite a importação a preços desleais, ele tira o emprego dos
brasileiros e gera postos de trabalho em outro país. O governo tem que
analisar o cenário a favor da indústria nacional, que hoje é a 7ª maior
produtora de pneus no mundo, para manter empregos e renda, que são
essenciais para o crescimento do país.
A
questão ambiental é outro ponto que merece atenção. A indústria
nacional de pneus cumpre há anos as metas de destinação dos pneus
inservíveis no Brasil. Segundo dados do Ibama (2011 a 2022), os
fabricantes nacionais acumulam saldo positivo de 127 mil toneladas de
pneus recolhidos para reciclagem. Já os importadores têm um passivo
ambiental de 419 mil toneladas de pneus não recolhidos. Nossos
trabalhadores e a nossa indústria estão comprometidas com a destinação
correta do pneu, enquanto os importadores não cumprem com suas
obrigações.
O Governo Federal precisa tomar providências e deve tomar medidas para garantir competição justa e defender o emprego dos brasileiros e as empresas que investem e geram renda no Brasil.
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