Rio
de Janeiro, 16 de julho de 2024 -Estudo da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revela que, nos últimos
cinco anos, o preço do botijão de gás de 13 quilos para a população vem
aumentando mais do que o preço do GLP para as distribuidoras, nas
refinarias. Mesmo quando o preço da Petrobrás fica parado, o preço do
botijão ao consumidor cresce e as margens de distribuição e revenda
sobem mais e descem menos do que os preços da estatal.
Segundo
os dados da ANP, enquanto o botijão subiu R$ 32,32 em média, entre maio
de 2019 e maio de 2024 (passando de R$ 69,29 para R$ 101,61), para a
Petrobrás a alta foi de apenas R$ 6,54 e o setor de distribuição e
revenda ficou com R$ 19,38. Os impostos subiram R$ 8,38 (ICMS) e houve
redução nos tributos federais (menos R$ 2,18).
“Ao analisar a
composição do preço ao consumidor final, verifica-se que o que sobe
muito são as margens para a distribuição e revenda”, destaca o
economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine. Ele observa que, desde
2016, o gás na refinaria entrou em um processo de aumento de preço e de
instabilidade, seguindo a estratégia de paridade internacional e a
política de elevação de lucros da Petrobrás voltada para a maior
distribuição de dividendos a acionistas.
Para Cararine, esta
situação de maiores ganhos relativos da distribuição e revenda do gás de
cozinha mostra o equívoco cometido pela Petrobrás, nos governos Temer e
Bolsonaro, em privatizar a BR Distribuidora e a Liquigás, ambas
empresas hoje controladas pelo capital privado .
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