Corte anunciado de R$ 15 bi vem em linha com a projeção da Warren - 18.07.24
(Felipe Salto, economista-chefe Warren Investimentos)
Corte anunciado de R$ 15 bi vem em linha com a projeção da Warren e reforça compromisso com equilíbrio fiscal
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O corte divide-se, segundo o Ministro da Fazenda Fernando Haddad, em R$
11,2 bilhões de bloqueio e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento.
- A
nosso ver, isso significa que as despesas obrigatórias foram revisadas
em R$ 11,2 bilhões + R$ 2,5 bilhões, dado que o governo tinha uma folga
nas despesas em relação ao limite de gastos da ordem de R$ 2,5 bilhões.
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Quanto à meta fiscal, o governo projetava um déficit primário de R$
14,5 bilhões (2º relatório bimestral). Provavelmente, ele usou a folga
em relação à banda inferior da meta de resultado primário e
contingenciou o necessário para preservar esse limite inferior, de -R$
28,8 bilhões.
- Sendo assim, o uso do espaço na meta fiscal, de R$
14,3 bilhões (R$ 28,8 - R$ 14,5 bilhões), se divide em duas partes: R$
2,5 bilhões de aumento de gastos (uso da folga existente, como
mencionado) e R$ 11,8 bilhões em redução na projeção de receita líquida.
- Como o contingenciamento anunciado pelo Ministro da Fazenda é de
R$ 3,8 bilhões, então a revisão de receita líquida projetada deve ter
sido de R$ 15,6 bilhões (R$ 11,8 + R$ 3,8 bilhões).
- Se isso se
confirmar, na divulgação do dia 22 de julho (relatório do 3º bimestre), a
receita líquida projetada pelo governo passará a ser de R$ 2,165
trilhões, uma alta real de cerca de 9,5%, e não mais de 10,5%,
confirmando nossa avaliação de que a revisão de projeção da arrecadação
seria feita de modo paulatino, e não abrupto.
- Do ponto de vista
prático, o anúncio é positivo, porque, mesmo que ainda remanesça uma
necessidade de corte de R$ 12 bilhões, dado que estimamos um corte total
necessário de R$ 27 bilhões, o congelamento anunciado (bloqueio +
contingenciamento) já resolve parte relevante do problema.
- Ao
longo dos próximos meses, a própria dinâmica de despesas obrigatórias
que são ligadas à evolução da receita poderá colaborar para o ajuste
remanescente. Entendemos que, ainda assim, será preciso uma segunda
tranche de contingenciamento.
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