Incluir
a educação política na grade escolar é fundamental para a formação de
cidadãos conscientes e responsáveis. De acordo com o Cientista Político
Elias Tavares, a política é está presente em várias esferas das nossas
vidas, assim como a língua portuguesa. “Desde
os 18 até os 70 anos, os brasileiros são obrigados a votar e, portanto,
é preciso entender o funcionamento do sistema político. A educação
política na escola prepara os estudantes para exercerem seus direitos e
deveres com conhecimento e criticidade, contribuindo para uma sociedade
mais participativa e democrática", afirma.
A
educação política pode capacitar os jovens a compreenderem melhor o
processo eleitoral, a importância do voto e os impactos das decisões
políticas em suas vidas. Elias ressalta que isso é particularmente
relevante, porque a juventude tem suas próprias demandas e objetivos e
são partes integrantes da sociedade tanto no presente quanto no futuro. “Ao
se sentirem informados e confiantes, os jovens são mais propensos a
participar ativamente das votações e engajarem-se em momentos políticos
importantes, defendendo seus interesses e contribuindo para a construção
de uma sociedade mais justa e representativa", explica.
Implementar
a educação política nas escolas brasileiras, no entanto, apresenta
desafios significativos. De acordo com o especialista, uma das maiores
dificuldades é desenvolver uma grade curricular que aborde política sem
impor ideologias, respeitando a individualidade de cada aluno. “Ensinar
sobre política deve ser como ensinar um esporte: todos aprendem as
regras do jogo, mas cada um desenvolve sua própria estratégia. Garantir
que a educação política seja imparcial e focada no entendimento crítico e
analítico dos processos políticos é indispensável para seu sucesso", destaca o cientista político.
Em países como os Estados Unidos, onde a educação cívica já é parte do currículo escolar, os benefícios são evidentes. “Os
estudantes de Maryland, por exemplo, são obrigados a completar cursos
de educação cívica, realizar serviços comunitários e passar em exames
específicos antes de se formarem. Isso tem resultado em maior
envolvimento cívico e melhores pontuações em avaliações relacionadas à
governança e política”, completa Elias.
Combater
a desinformação e as fake news é outra vantagem da educação política.
Ensinar os jovens a identificar fontes confiáveis de informação e a
questionar a veracidade dos conteúdos que consomem é uma das principais
ferramentas para enfrentar esse desafio. "Ao
desenvolver habilidades de pensamento crítico, os estudantes aprendem a
analisar e verificar informações antes de compartilhá-las, reduzindo a
disseminação de notícias falsas e contribuindo para um ambiente
informativo mais saudável e confiável", diz Tavares.
De
acordo com o cientista, integrar a educação política com novas
tecnologias e mídias sociais também pode aumentar o engajamento dos
estudantes. “Plataformas
interativas, aplicativos educativos e redes sociais podem ser usados
para simular debates, eleições e campanhas, permitindo que os alunos
pratiquem a cidadania digital e se engajem de maneira prática e moderna
com os processos políticos”, conclui.
Elias Tavares
Cientista Político
Insta: @elias_et
Nenhum comentário:
Postar um comentário