sábado, 29 de junho de 2024

Programa de ideias de inovação: por que eles falham em muitas empresas?

 


Por Alexandre Pierro

Ideias inovadoras podem surgir de diversos lugres. Porém, muito além de incentivar esse compartilhamento entre os times, é dever das empresas fazerem com que se sintam reconhecidos por essa participação, mantendo seu engajamento e criando um ambiente cada vez mais favorável para essa colaboração. Nesse objetivo, um dos métodos mais investidos no mercado é o programa de ideias, um mecanismo extremamente vantajoso por si só, mas que acaba não trazendo os resultados esperados por certos erros cometidos pelos gestores que, se não forem revistos o quanto antes, tenderão a perder sua relevância e efetividade.

As empresas que optam por implementar um programa de ideias buscam, pelo menos em tese, aderir a um modelo de incentivo ao compartilhamento de sugestões pelas equipes que possam trazer resultados melhores ao negócio. Seja através de mudanças simples ou mais complexas em seus produtos, serviços, processos, métodos ou na combinação de mais de um desses aspectos, essa ferramenta promove uma gestão de inovação muito mais assertiva, coletando essas ideias e as transformando em insights que gerem valor à marca.

Porém, mais do que um mecanismo de gerenciamento que contribui para uma maior eficiência e produtividade, um bom programa de ideias defende um amplo protagonismo dos profissionais, os colocando como peças fundamentais para a implementação de propostas que tragam um melhor desempenho e resultados cada vez melhores.

Esse estímulo à participação é capaz de engajar as equipes em prol de uma mesma causa, além de contribuir para a conquista de muitos outros benefícios para suas operações. Segundo uma pesquisa realizada pela Gallup, como prova disso, profissionais engajados contribuem para aumentar a satisfação do cliente, possibilitando um volume até 20% maior de vendas. Além disso, o desempenho individual chega a um índice 147% superior.

Esses resultados, contudo, dependem, diretamente, de um reconhecimento contínuo por sua colaboração, mesmo que sua ideia não seja aproveitada e testada. Algo que, infelizmente, é não é cuidado de forma correta por muitas empresas.

No geral, existem dois tipos de programas de ideias que costumam ser implementados no mundo corporativo. O primeiro deles é o aberto, no qual, apesar de ser um modelo que engloba todos os departamentos visando a máxima participação de todos os times, a grande maioria das propostas serão destinadas a melhorar algum problema já existente no negócio e não em criar algo.

Já o segundo, conhecido como programa de desafios, é destinado a solucionar um problema em específico – algo que, apesar de favorecer a descoberta de uma resolução eficaz, é bem mais restrito quanto sua aplicação, possuindo um risco de gerar um certo desestímulo nos profissionais que não tiverem conhecimento sobre o tema e, portanto, não conseguirem contribuir com alguma ideia capaz de contribuir com a questão. Aqui, muito potencial criativo e inovador acaba sendo perdido.

Ambos os modelos são capazes de contribuir para o desenvolvimento de inovações radicais e a conquista de resultados excelentes, especialmente, pois existem muitas plataformas robustas de programas de ideias que permitem o cadastro dessas propostas e o acompanhamento de sua aplicação durante todas as etapas, em uma gestão da inovação muito mais assertiva e segura. Porém, na prática, um dos maiores erros que acabam impedindo esse cenário é a falta de feedback durante o processo.

Os profissionais são a peça-chave para o sucesso do programa de ideias, e precisam se manter engajados para que permaneçam colaborando ativamente nessa jornada motivados para a conquista destes resultados. Mas, é muito comum observar empresas que não fornecem nenhum retorno sobre sugestões que acabam não sendo aprovadas, deixando de explicar por que foram descartadas. Mesmo as que são selecionadas, um feedback positivo também tende a demorar, elevando o risco de desmotivação das equipes por não acompanharem, de perto, os próximos passos de suas sugestões.

É preciso que haja um processo bem mais delimitado na implementação dos programas de ideias, compreendendo que não adianta apenas contar com o apoio de uma plataforma sofisticada, sem que haja este cuidado minucioso acerca do engajamento e satisfação das equipes que são, de fato, as pessoas que irão propor suas visões que podem alavancar o desempenho das operações.

Na prática, isso significa que, além de contar com este investimento tecnológico, os feedbacks devem ser feitos periodicamente, independente da aprovação ou não de uma ideia. Ainda, existem muitos programas de reconhecimento que fornecem “recompensas” aos profissionais que mais colaborarem neste processo, sejam eles financeiros ou não. Todos esses cuidados, juntos, ajudarão que as empresas consigam usufruir, ao máximo, das vantagens possibilitadas por um programa de ideias, destravando o potencial criativo e inovador dos seus times e, consequentemente, de todo o negócio.

Alexandre Pierro é mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

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A ISO de inovação é uma metodologia internacional de governança para a inovação que vem sendo adotada por empresas de todos os portes e segmentos ao redor de todo o mundo. Estima-se que mais de 400 companhias já adotaram o modelo, sendo mais de 10 apenas no Brasil. Há casos de indústrias, serviços e até empresas públicas. Baixe o e-book e leve essa ferramenta de gestão para sua empresa também.



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Nathalia Bellintani


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