A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), reproduziu a
patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(Inpi), para Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em uma tribo
indígena no Amazonas. A reprodução teve a concessão dada pelo Núcleo de
Inovação (NIT/Uesc). O secador vertical, patente sob número BR
102015005977-9, é um equipamento que tem por objetivo a economia de
energia elétrica e/ou a lenha, em substituição a sistemas tradicionais
de secagem de amêndoas de cacau (barcaças ou estufas). O equipamento
teve origem na Uesc pelo professor Jorge Sales, do Departamento de
Ciências Exatas (DCEX) e docente do Programa de Pós-Graduação em
Modelagem Computacional (PPGMC) e Propriedade Intelectual e
Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit). O professor Sales
já tem 12 patentes depositadas, sendo uma concedida e dois registros de
programas computacionais. O secador vertical é composto por uma
estrutura de aço carbono envolvida por plástico agrícola, que apresenta a
característica de ser opaco para a radiação infravermelha em longos
comprimentos de ondas (calor) e ser transparente para radiações mais
energéticas (em curtos comprimentos de onda). O compartimento é na forma
de uma torre, em três dimensões e geometria de prisma retangular, na
posição vertical, com paredes de polietileno ou filme de plástico
transparente. A base vertical é de alvenaria de cerâmica (cobogós) e com
entrada de ar. É preenchido por bandejas sobrepostas (tela grossa de
nylon), cada bandeja contendo uma camada de amêndoas frescas de cacau, e
o mesmo também dispõe de um sistema hidráulico que torna possível um
movimento destas bandejas de baixo para cima. As bandejas contendo
amêndoas secas são retiradas pela parte superior do secador e a
alimentação com bandejas contendo amêndoas frescas é feita a partir de
uma abertura contida em sua parte inferior. O projeto de Inovação
social, coordenado pelo pesquisador Lindomar Silva, da Embrapa e
desenvolvido em parceria com a Copime o– Coordenação de Povos Indígenas
de Manaus e Entornos –, foi executado na comunidade Gavião da etnia
Sateré Mawe, onde vivem 30 pessoas, e localizada à margem do rio
Tarumã-Açu, afluente do rio Negro, no Amazonas. O pesquisador Lindomar
descobriu o secador a partir do contato e comunicação com Dr. Jorge
Sales, criador do secador, na Uesc. A perspectiva é tornar mais
eficiente o modo com que indígenas secam as amêndoas de cacau.
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