Cooperação
internacional, gestão de riscos e adaptação aos efeitos das mudanças
climáticas, fontes de energias renováveis, detentores de saberes
tradicionais e patrimônio cultural. Esses foram os principais pontos
discutidos no seminário internacional “Patrimônio Cultural e Ações
Climáticas”, evento paralelo à agenda do G20 no Brasil, com autoridades e
especialistas internacionais, gestores públicos e detentores de bens
culturais brasileiros. O encontro foi coordenado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o
Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), nesta
segunda-feira (27/05), em Brasília (DF). Juntamente
com representantes de países das principais economias do mundo, o
presidente do Iphan, Leandro Grass, abriu as discussões prestando
solidariedade ao povo gaúcho, que passa pela maior enchente de sua
história, e destacou que as mudanças climáticas estão sendo sentidas em
todo o País. “O G20, sem dúvida, será uma oportunidade de aprofundamento
técnico, de produção de conhecimento e ainda de cooperação e de
compartilhamento de boas práticas. O Brasil tem muito a oferecer nesta
discussão. As mudanças climáticas precisam ser devidamente tratadas com
políticas públicas e ações concretas em prol da vida e da
sustentabilidade”, afirmou Grass. Como as mudanças climáticas influenciam no Patrimônio Cultural? Fatores
como o aumento da temperatura, a falta ou o excesso de chuvas
influenciam diretamente todos os tipos de patrimônio cultural. No caso
de patrimônios edificados, por exemplo, as inundações ou secas extensas
provocam desde problemas de conservação e necessidade de manutenções
contínuas até desmoronamentos. A
falta de chuva também pode afetar comunidades detentoras de bens
culturais imateriais, especialmente os bens culturais de povos indígenas
e comunidades tradicionais, que dependem da biodiversidade e do
território para garantir o sustento de suas comunidades e a continuidade
de transmissão de seus saberes, conhecimentos, formas de expressão e
celebrações. detentora de saberes e modos de fazer. “Estamos
discutindo uma construção conjunta para o enfrentamento das mudanças
climáticas com especialistas e gestores de outros países. É o momento de
pensar um mundo mais justo”, completou o presidente do Iphan. Seminário internacional “Patrimônio Cultural e Ações Climáticas” Durante
esta segunda-feira (27/05), o Serviço Geral de Processamento de Dados
(Serpro), em Brasília (DF), foi o local onde as discussões aconteceram.
Informes sobre os impactos das mudanças climáticas no patrimônio
cultural do Rio Grande do Sul, perspectivas globais sobre patrimônio,
povos originários e comunidades tradicionais, e até financiamento e
gestão de ações climáticas, tudo foi discutido nos debates com o grupo
de países do G20, bloco que conta com as principais economias do mundo e
com organismos internacionais como observadores e parceiros de
conhecimento. A
ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou da cerimônia de
abertura do evento e acompanhou de perto as discussões. “Nosso
patrimônio é nossa maior riqueza, é fruto da nossa diversidade. Todos os
países aqui presentes estão dispostos a lutar por um futuro melhor”,
disse a ministra. A
representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, reforçou o
compromisso da organização com a recuperação dos bens culturais afetados
pelo clima. “Temos de frisar que as ações humanas e as desigualdades
sociais levam aos eventos catastróficos que estamos sentindo agora.
Reafirmamos o compromisso da Unesco para recuperar os patrimônios em
caráter de urgência”, disse Noleto, fazendo alusão à catástrofe
climática no Rio Grande do Sul. Já
a professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Luana
Campos, que integra o Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e
Patrimônio do Icomos, ressaltou a importância de "estarmos aqui, todos
num mesmo espaço, debatendo como as mudanças climáticas estão impactando
e irão impactar os patrimônios, e como nós podemos enfrentar esses
efeitos". Mas
a agenda sobre mudanças climáticas e Patrimônio Cultural não para por
aqui. O evento desta segunda-feira serve como ponto de partida para
debates com maior foco nos biomas brasileiros. Nos dias 28 e 29/05, a
Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em Brasília, receberá o 1º Encontro Presencial do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas,
programa do Iphan e Icomos que busca, de forma participativa, analisar
os principais riscos climáticos que afetam ou poderão afetar o
Patrimônio Cultural Brasileiro em cada bioma do País, e propor soluções.
Um dos objetivos do Ciclo é discutir diretrizes para as políticas
públicas de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural, a partir
de processos de escuta e participação de especialistas, detentores e
gestores de cada bioma brasileiro. Projeto Kids 20 Aproveitando
a presença das autoridades no evento de hoje, estudantes do Centro de
Ensino Fundamental 3, de Sobradinho (DF), tiveram a oportunidade de
serem repórteres por um dia. Como parte do projeto Kids 20,
que faz uma cobertura dos eventos relacionados ao G20 pelo olhar de
alunos de escolas públicas em Brasília, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro e São Paulo, as crianças puderam fazer perguntas relacionadas à
Cultura e ao Patrimônio para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e
para o presidente do Iphan, Leandro Grass, durante uma entrevista feita
por eles. O que é o G20 Criado
em 1999, o grupo de países com as principais economias do mundo é
formado por Brasil, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,
Austrália, Canadá, China, República da Coréia do Sul, Estados Unidos,
França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia,
Turquia, União Europeia e União Africana. Como convidados, participam
Angola, Egito, Nigéria, Noruega, Portugal, Cingapura, Espanha e Emirados
Árabes Unidos. Alguns dos organismos internacionais que participam das
reuniões do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 são a OEI, a OMPI,
ICOMOS, ICOM e a Unesco.
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