Relembrar
as lutas que levaram ao tombamento do Terreiro da Casa Branca do
Engenho Velho, em Salvador (BA), é o objetivo principal da mesa-redonda
promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) na próxima terça-feira (28/5). O encontro será realizado às 14h,
na Casa dos Sete Candeeiros, sede do Instituto na Bahia, localizada na
capital.
O evento é
aberto ao público e marca os 40 anos da votação em que o Conselho
Consultivo do Patrimônio Cultural decidiu pelo tombamento do terreiro.
Estarão presentes, além de técnicos do Iphan-BA, o
antropólogo e membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), Ordep Serra,
o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal da Bahia (Faufba), Fabio Velame, a também professora da Faufba e
integrante do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, Marcia
Genésia Sant’Anna, e a Iyalorixá do Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká,
Neuza Cruz.
Marco histórico
A
inscrição do Terreiro da Casa Branca nos Livros do Tombo Etnográfico e
Paisagístico e Histórico e Arqueológico marcou uma mudança na trajetória
do Iphan. O bem foi o primeiro terreiro de candomblé a receber este
reconhecimento pelo Conselho Consultivo, em 1984. O chamado Mapeamento
de Sítios e Monumentos Religiosos Negros da Bahia (MAMNBA), projeto que
fez o levantamento de templos de religiões afro-brasileiras localizadas
em Salvador, foi fundamental para a
conquista desse tombamento e para os estudos acerca de outros artefatos
da cultura material de matriz africana.
A
iniciativa ajudou a reconfigurar, ampliar e renovar o campo da
preservação do patrimônio no Brasil, representando uma ação importante
na luta pelo reconhecimento da contribuição do povo negro na História do
Brasil. Também foi um passo importante para o resgate da herança de
matriz africana na cultura brasileira.
De
acordo com o superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanais e Queiroz,
todo o processo que culminou no tombamento do terreiro também evidenciou
o campo do Patrimônio Cultural como um lugar de disputa pela afirmação
dos direitos culturais de povos historicamente excluídos no Brasil.
“Mas,
se naquele período o desafio era consolidar os elementos que fizessem o
bem cultural figurar como Patrimônio Cultural e receber finalmente o
tombamento, hoje o grande desafio é lidar com os aspectos particulares
da sua preservação. Afinal, uma vez que teve o seu tombamento
oficializado, o terreiro precisa ser protegido não apenas pelos
praticantes da religião, mas por todos os brasileiros”, destaca
Hermano.
Serviço:
Mesa-redonda
– A emergência do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro: rememorando o
MAMNBA e o tombamento do Terreiro da Casa Branca
Quando: 28 de maio (terça-feira), às 14h
Onde: Casa do Sete Candeeiros (Sede do Iphan-BA), Rua São Francisco, nº 32, Salvador (BA)
Acesso: livre, sujeito a lotação
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