terça-feira, 28 de maio de 2024

Iphan celebra 40 anos de tombamento do Terreiro da Casa Branca (BA)

 

Iphan celebra 40 anos de tombamento do Terreiro da Casa Branca (BA) 

Espaço, tombado em 1984, marcou a trajetória de reconhecimentos de casas de santo 

Relembrar as lutas que levaram ao tombamento do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador (BA), é o objetivo principal da mesa-redonda promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na próxima terça-feira (28/5). O encontro será realizado às 14h, na Casa dos Sete Candeeiros, sede do Instituto na Bahia, localizada na capital.  


O evento é aberto ao público e marca os 40 anos da votação em que o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural decidiu pelo tombamento do terreiro. Estarão presentes, além de técnicos do Iphan-BA, o antropólogo e membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), Ordep Serra, o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (Faufba), Fabio Velame, a também professora da Faufba e integrante do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, Marcia Genésia Sant’Anna, e a Iyalorixá do Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, Neuza Cruz. 


Marco histórico 


A inscrição do Terreiro da Casa Branca nos Livros do Tombo Etnográfico e Paisagístico e Histórico e Arqueológico marcou uma mudança na trajetória do Iphan. O bem foi o primeiro terreiro de candomblé a receber este reconhecimento pelo Conselho Consultivo, em 1984. O chamado Mapeamento de Sítios e Monumentos Religiosos Negros da Bahia (MAMNBA), projeto que fez o levantamento de templos de religiões afro-brasileiras localizadas em Salvador, foi fundamental para a conquista desse tombamento e para os estudos acerca de outros artefatos da cultura material de matriz africana.  


A iniciativa ajudou a reconfigurar, ampliar e renovar o campo da preservação do patrimônio no Brasil, representando uma ação importante na luta pelo reconhecimento da contribuição do povo negro na História do Brasil. Também foi um passo importante para o resgate da herança de matriz africana na cultura brasileira.  


De acordo com o superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanais e Queiroz, todo o processo que culminou no tombamento do terreiro também evidenciou o campo do Patrimônio Cultural como um lugar de disputa pela afirmação dos direitos culturais de povos historicamente excluídos no Brasil. 


“Mas, se naquele período o desafio era consolidar os elementos que fizessem o bem cultural figurar como Patrimônio Cultural e receber finalmente o tombamento, hoje o grande desafio é lidar com os aspectos particulares da sua preservação. Afinal, uma vez que teve o seu tombamento oficializado, o terreiro precisa ser protegido não apenas pelos praticantes da religião, mas por todos os brasileiros”, destaca Hermano. 


Serviço: 

Mesa-redonda – A emergência do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro: rememorando o MAMNBA e o tombamento do Terreiro da Casa Branca 

Quando: 28 de maio (terça-feira), às 14h 

Onde: Casa do Sete Candeeiros (Sede do Iphan-BA), Rua São Francisco, nº 32, Salvador (BA) 

Acesso: livre, sujeito a lotação 

Assessoria de Comunicação Iphan 

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