Luísa Ortigoso e Beto Coville da companhia Teatro Livre, de Portugal, protagonizam
texto inédito de Cassio Junqueira e revelam lado humano de personagens
pitorescos do nosso imaginário popular
Acessar mais fotos - crédito: Daniel Fernandes e Sandra Cepinha
Inspirado na vida de Dona Maria I e do seu filho Don João VI, monarcas de Portugal e do Brasil colonial, o espetáculo O Filho da Rainha e A Mãe do Rei mergulha na complexa a relação entre mãe e filho para tratar de questões como hierarquia, poder, estado, nação e patriarcado.
Com direção de Cassio Scapin, a montagem traz os atores Luísa Ortigoso e Beto Coville da companhia Teatro Livre, de Portugal, para a estreia inédita no Brasil do espetáculo no Teatro Alfredo Mesquita, em 4 únicas apresentações de 9 a 12 de maio. As sessões acontecem de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h.
O texto, escrito por Cássio Junqueira, propõe uma abordagem crítica, convidando o espectador a interpretar as personagens através de uma lente contemporânea destacando
a relação entre mãe e filho, capaz de conectar de nobres a plebeus,
antigos e contemporâneos. Além disso, o texto também vai abordar o lado
humano, frágil e visceral encoberto pela pompa e pela caricatura dessas
figuras tão pitorescas no nosso imaginário: a rainha louca e o rei
comilão.
A
dificuldade da mulher em ocupar lugares de poder em uma sociedade
machista, a luta por igualdade de direitos, as relações familiares
permeadas por poder e dinheiro e a necessidade de superar os pais na
hora de governar são alguns dos temas que trazem diferentes vernizes a
essa história de mãe e filho tão importantes para Portugal e o Brasil.
Dona
Maria I, conhecida como a Rainha Louca, é uma das personagens
históricas mais interessantes dos nossos países, conta o autor, que se
inspirou na biografia da rainha, mas também nas histórias de outras
mulheres para abordar a relação feminina com o poder. “Se uma mulher se impõe com mais energia, ainda é comum ser considerada louca”, diz Junqueira.
A
encenação é calcada no entendimento do texto, explica Scapin. “É uma
peça de relação, na qual os atores precisam oscilar da pessoa
instituição para a pessoa humana. E essa dualidade que mistura e repele
ao mesmo tempo é muito interessante de se ver no palco”, conta o
diretor.
A
capacidade de discutir várias tramas em uma história atraiu Luísa
Ortigoso. “Havia muitas camadas para desbravar: a mulher, a mãe, a
rainha, a mulher no poder em um mundo de homens e para homens. Para mim,
estas questões foram mais interessantes de trabalhar do que tentar um
retrato realista da personagem”, conta a atriz portuguesa, que
desembarca no Brasil pela segunda vez.
Para
o ator Beto Coville, a humanização dos personagens provocou um grande
sentimento de redenção e comoção, que ele espera ver refletidos no
público. Para construir seu D. João, ele buscou os conflitos
psicológicos mais intrigantes, como o complexo de “patinho feio” por
estar à sombra do irmão mais velho ou em um casamento sabidamente
infeliz.
Falar
deste período histórico marcado pela vinda da corte portuguesa para o
Brasil em um momento em que o fluxo migratório tem sido o contrário é
outro ponto que pode despertar reflexão no público, espera Scapin. “É
importante que as pessoas repensem a história e joguem luz sobre algumas
questões que construíram o nosso presente, uma história que merece ser
olhada de diversas maneiras, mas não apagada”.
A
montagem partiu de um convite do ator Beto Coville, brasileiro radicado
em Portugal, para Cássio Scapin, com quem já havia trabalhado na década
de 1980. “Em 2020, dois anos antes das comemorações dos 200 anos da
independência do Brasil, a nossa companhia de teatro daqui, Teatro
Livre, resolveu fazer um espetáculo entre dois continentes, uma
coprodução. Fornecemos os nossos pontos de vista e os livros, Dona Maria
I - A Rainha Louca, da Luisa Boléo e As Lágrimas de Dom João, de Alice
Lázaro, para ser a base da peça”, conta.
Com
apoio do Ministério da Cultura de Portugal, o espetáculo estreou no
Palácio da Ajuda em 2022 e foi apresentado no Teatro Meridional em 2023.
Agora, em parceria com os produtores Dani Angelotti e André Acioli,
a Cia. Teatro Livre faz sua estreia no Brasil incentivada pelo programa
de internacionalização do Ministério da Cultura com a DGArtes e apoio
da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo.
Sinopse
Uma
mãe e um filho. Ela rainha e Ele que, não sendo primogénito, não nasceu
para ser rei. O primogénito amado morreu. Agora, com o tempo, a idade e
a vida, a cabeça da mãe rainha lembra apenas o que a mantém viva. E
esse filho rei desabrocha, cresce e corta aos poucos o cordão real que o
mantinha em segundo plano, assumindo o seu posto e construindo um
reinado que deixou marca nos dois continentes onde foi soberano.
Ficha Técnica:
Texto: Cássio Junqueira. Direção: Cássio Scapin. Elenco: Luísa Ortigoso e Beto Coville. Assistência de Direção: Inês Oneto. Cenografia: Eurico Lopes. Figurinos: Fábio Namatame. Música: Davide Zaccaria. Desenho de Luz: Pedro Santos. Fotos: Daniel Fernandes e Sandra Cepinha. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Designer Gráfico Portugal: André Vaz/ Innovdesigner. Produção Portugal: Helena Veloso e Nuno Pratas. Produção Brasil: André Acioli e Dani Angelotti. Realização: Teatro Livre e Cubo Produções.
Serviço:
O Filho da Rainha e A Mãe do Rei
Estreia dia 9 de maio, quinta, às 21h no Teatro Alfredo Mesquita
Temporada: De 9 a 12 de maio de 2024 - Quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h.
Classificação: 10 anos.
Duração: 60 minutos.
Teatro Alfredo Mesquita - Av. Santos Dumont, 1770 – Santana – São Paulo
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Vendas online: Sympla - https://www.sympla.com.br/produtor/ofilhodarainhaeamaedorei
Bilheteria presencial: 1 hora antes de cada sessão.
Capacidade: 198 lugares.
Acessibilidade: O Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida na plateia.
Informações para imprensa:
Adriana Balsanelli
11 99245.4138 I imprensa@adrianabalsanelli.com.br
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