O evento teve como objetivo reunir contribuições e subsídios para a formulação de política pública para o enfrentamento da temática abordada
Com o intuito de apresentar e discutir os resultados do estudo sobre a distribuição e utilização dos alimentos em todas as etapas da cadeia produtiva, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, nesta terça-feira (28), o workshop “Redução das Perdas e Desperdícios de Alimentos: Iniciativas da Agropecuária em prol da Sustentabilidade”.
Produzido com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agropecuária (IICA), o evento, de formato híbrido, teve como objetivo reunir, a partir do estudo e de contribuições, subsídios para a formulação de política pública que auxilie na elaboração de estratégias para o enfrentamento da temática abordada. Iniciativas que possam contribuir coma a transferência de soluções tecnológicas alinhadas à economia circular e às campanhas de educação alimentar que promovam uma mudança comportamental.
Resultado da parceria entre o Mapa e o IICA, o trabalho de consultoria visou a realização de diagnóstico sobre as perdas e desperdícios de alimentos ao longo das fases das cadeias, desde a produção até o abastecimento. A pesquisa abrangeu as perdas pós-colheita e o desperdício no varejo.
Para a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, a proposta do Mapa em trazer um estudo e, a partir dele, criar um espaço de debate e de enfrentamento da questão das perdas e desperdícios de alimentos, para dentro e fora da porteira, é o reconhecimento da responsabilidade que a instituição tem sobre uma situação que aflige milhares de brasileiros.
“Esse encontro é um convite a todos que fazem parte desta cadeia, a reflexão não só sobre as principais causas e problemas que contribuem com a insegurança alimentar e o desperdício, mas sobre o que precisa ser feito, efetivamente, seja por meio de políticas públicas, seja por ações da iniciativa privada, para minimizar essas questões. É importante a conscientização de que todos somos parte da solução”, completou.
Segundo o coordenador de Operações do IICA no Brasil, Christian Fischer, há toneladas de alimentos produzidos, desprendendo esforço e recursos, que são perdidos ao longo de todas as cadeias produtivas, e isso representa uma tragédia em termos de desperdício de recursos naturais. “Hoje estamos aqui para, principalmente, destacar soluções e iniciativas que contribuem para transformar este cenário. O trabalho conjunto é essencial para reverter essa situação. As ações discutidas aqui hoje podem ser a peça-chave para um melhor aproveitamento dos alimentos e para garantia da segurança alimentar”.
“O estudo apontou que já existem várias ações no Brasil para redução de perdas e desperdícios. Essas ações, tanto governamentais, como não governamentais, são eficientes e têm resultados muito bons. Entretanto, ainda há muito a ser feito, tanto pelo poder público quanto pela sociedade civil”, disse a consultora responsável pelo estudo, Carla Saraiva.
Organizado pelo Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e de Indicações Geográficas (Decap/SDI), o workshop contou com a participação: da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá; da coordenadora Geral de Equipamentos Publicos do Ministerio do Desenvolvimento de Assistencia Social, Familia e Combate a Fome, Natalia Tenuta; do representante FAO no Brasil, Gustavo Chianca; do presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Marcio Milan; do diretor do Decap, Clecivaldo Ribeiro, e convidados.
Insegurança alimentar e desperdício de alimentos
Conforme dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a insegurança alimentar é um problema grave que resulta da falta de acesso das populações mais pobres a uma alimentação balanceada.
A FAO estima que aproximadamente 30% de toda a produção mundial de alimentos para consumo humano seja perdida anualmente, o que significa 15% de todas as calorias produzidas. Cerca de 54% da perda e desperdício mundial de alimentos ocorre nas fases iniciais de produção e armazenagem, enquanto os outros 46% ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.
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