sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

“É uma carta de intenções”, diz diretor do IPAM sobre Plano de Transformação Ecológica


Documento foi divulgado nesta sexta (1°) na COP28, em Dubai; representantes do governo brasileiro reforçaram a urgência da cooperação internacional..  

O governo brasileiro apresentou o Plano de Transformação Ecológica na COP28 nesta sexta-feira (1°). Durante a Sessão de Abertura da Presidência da conferência do clima, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram a necessidade de investimentos dos países desenvolvidos para a transição sustentável de países em desenvolvimento.  

Lançado em abril de 2023, o Plano cria linhas de crédito, novas regulações ambientais e abertura para parcerias público-privadas voltadas à criação de renda, intensificação da produção e proteção da natureza. A criação de um mercado regulado de carbono no Brasil e o investimento em tecnologias são alguns dos pilares do documento, que pretende impulsionar o país a uma posição de destaque no combate às mudanças climáticas. 

“Uma coisa são metas, outra são estratégias. A operação do Plano de Transformação Ecológica vai precisar de muita articulação dentro e fora do Brasil, e de muito investimento. A retomada da credibilidade do Brasil e da nossa reputação vai ser fundamental para que a gente consiga colocar esse Plano no chão. Temos ainda um grande trabalho pela frente. O Plano hoje é uma carta de intenções, mas a expectativa é que se torne realidade nos próximos anos, para que a gente coloque definitivamente o Brasil numa trajetória de redução de emissões e de contribuição positiva”, declara André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). 

A iniciativa inclui o fortalecimento dos investimentos públicos em energias renováveis e na criação de vagas de emprego qualificadas capazes de se enquadrar no novo modelo econômico. Durante o anúncio, Haddad pontuou que o projeto visa superar as injustiças sociais por meio de “uma globalização que seja ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva". 

Para Guimarães, a retomada das cobranças por investimentos de países desenvolvidos na adaptação climáticas de países do Sul Global é um passo importante para a mitigação das mudanças climáticas, e abre caminho para que sejam repensadas as políticas públicas ambientais no Brasil.  

“O Plano é uma proposta muito firme e coerente com o compromisso de reduzir o desmatamento, de reduzir as emissões, de renovar e atualizar a Contribuição Nacionalmente Determinada e de recolocar o Brasil no trilho de uma economia de baixo carbono. Mais do que isso, a fala do presidente Lula tem uma importância geopolítica porque volta a cobrar dos países ricos os investimentos e os aportes tecnológicos necessários para os que os países em desenvolvimento entrem em uma lógica de baixo carbono”, ressalta.Mais informações:Lucas Guaraldo, analista de comunicação+55 61 9 92787561lucas܂itaborahy@ipam܂org܂br

 

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