sábado, 2 de dezembro de 2023

COP28: Brasil traduz relatório síntese do IPCC para o português e amplia alcance das informações científicas mais recentes sobre mudança do clima


Esforço em disponibilizar documentos no 5º idioma mais falado no mundo foi realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em conjunto com o Pacto Global da ONU no Brasil

Dubai, 2 de dezembro de 2023 – O Brasil apresenta durante a COP28 o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) traduzido para o português. O esforço foi realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em conjunto com o Pacto Global da ONU no Brasil. A iniciativa tem o objetivo de facilitar o acesso e ampliar a difusão das informações científicas mais recentes sobre mudança do clima para toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A apresentação da publicação será realizada na COP28, em Dubai, neste sábado (2), às 11h, no Pavilhão de Moçambique, durante evento oficial do Núcleo Lusófono. A publicação digital está disponível no endereço eletrônico do Sistema Nacional de Registro de Emissões (SIRENE) do Brasil.

O Relatório Síntese do Sexto Ciclo de Avaliação (AR6) do IPCC, lançado em março de 2023, nas versões do relatório completo (Longer Report) e Sumário para Formuladores de Políticas (Summary for Policymakers - SPM), concentra as principais informações mais recentes sobre as mudanças globais do clima. O relatório consolida os dados que foram apresentados pelos grupos de trabalho e nos relatórios especiais ao longo do ciclo AR6, que apresentou avanços da ciência na atribuição da mudança climática como vetor de eventos extremos, no aprimoramento de modelos e na avaliação de impactos, e na indicação de caminhos para soluções. As mensagens são relevantes para subsidiar políticas públicas, considerando os resultados dos diferentes relatórios deste sexto ciclo do IPCC, como a necessidade de integrar as agendas de mitigação (redução de emissões de gases de efeito estufa) e de adaptação à mudança do clima com vistas ao desenvolvimento resiliente ao clima.

O relatório apresenta com alta confiança que reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa levariam a uma desaceleração perceptível no aquecimento global dentro de cerca de duas décadas, também para mudanças discerníveis na composição atmosférica dentro de alguns anos.

Essa base de avaliação da literatura científica, técnica e socioeconômica disponível fornece aos governos informações científicas que podem ser usadas no desenvolvimento de políticas climáticas nacionais e regionais, além de serem insumos para as negociações internacionais sobre mudanças climáticas.

A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é formada por nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. De acordo com a CPLP, o grupo de países abrange mais de 250 milhões de pessoas. Muitos países encontram-se na categoria de países menos desenvolvidos e podem estar entre os mais vulneráveis considerando os impactos da mudança do clima.

Segundo a CPLP, a língua portuguesa é o quinto idioma mais falado no mundo. O idioma não está entre as linguagens oficiais da Organização das Nações Unidas. Por isso, por iniciativa do governo brasileiro, a partir do Sexto Ciclo de Avaliação (AR6) do IPCC os relatórios especiais passaram a ser traduzidos e disponibilizados em formato digital nos sites do MCTI e do IPCC. A ação demonstra o engajamento do Brasil na pauta climática e a cooperação com os demais países lusófonos.

Para alguns dos países, ter o material técnico-científico no idioma nativo representa remoção de barreiras para engajamento e participação de especialistas e gestores públicos e privados em torno da agenda climática, como a implementação de ações nas áreas de mitigação, adaptação e tecnologia.

O Sexto Ciclo de Avaliação do IPCC publicou seis relatórios desde 2015: três Relatórios Especiais e três contribuições dos Grupos de Trabalho do IPCC A contribuição do Grupo de Trabalho I para o AR6, ‘Mudança do Clima 2021: A base Científica’ (2021). A contribuição do Grupo de Trabalho II, ‘Mudança Climática 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade’ (2022). O Grupo de Trabalho III apresentou ‘Mitigação das mudanças climáticas’ (2022). Os relatórios especiais tratam de questões específicas: Aquecimento global de 1,5°C (2018); Mudanças Climáticas e Terra (2019); e Relatório Especial sobre o Oceano e a Criosfera em um Clima em Mudança (2019). Esses materiais foram traduzidos para o idioma português pelo governo brasileiro, por meio do MCTI. As publicações podem ser acessadas no Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE) do MCTI.

“O Brasil sempre foi pioneiro na agenda climática e tem na cooperação um dos pilares da ação internacional. Ao tornar a informação científica mais acessível, temos a convicção de que estamos contribuindo em mais um aspecto para o enfrentamento das mudanças climáticas. Além disso, o Sexto Ciclo do IPCC contou com a contribuição de diversos cientistas brasileiros nos grupos de trabalho e no processo de elaboração dos relatórios”. – Luciana Santos, Ministra de Estado da Ciência Tecnologia e Inovação do Brasil. 

“O relatório traduzido é um grande esforço e acerto de todas as partes envolvidas. Quando se trata de mudanças climáticas, é preciso ser muito objetivo e derrubar qualquer barreira, dentre elas, a da língua. Tornar as informações científicas acessíveis a mais pessoas, empresas e países traz todos para a ação e permite que tudo seja mais assertivo” – Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.


 

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