domingo, 26 de novembro de 2023

Piada do Ano! Mauro Cid “revela” como atuava o “Gabinete do Ódio” no Planalto



Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Gabriel de Sousa
Estadão

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou em delação premiada à Polícia Federal (PF) que três assessores do ex-chefe do Executivo usavam uma sala do Palácio do Planalto para produzir mensagens contra instituições democráticas nas redes sociais. O ex-presidente era responsável por difundir os conteúdos, que eram feitos para inflamar apoiadores, segundo Mauro Cid. As informações são da GloboNews.

Segundo Mauro Cid, a sala do “gabinete do ódio” ficava no terceiro andar do Planalto, ao lado do gabinete presidencial, onde Bolsonaro despachava. A existência do grupo foi revelada pelo Estadão em 2019.

TRÊS ASSESSORES – A PF investiga se Bolsonaro e seus aliados utilizaram a estrutura da Presidência para criar e difundir ataques direcionados a outros Poderes e entidades. Cid citou José Matheus Sales Gomes, Mateus Matos Diniz e Tércio Arnaud Tomaz, três assessores do ex-presidente, como integrantes do “gabinete do ódio”.

O ex-ajudante de ordens da Presidência forneceu detalhes de como funcionava a operação do grupo. De acordo com o depoimento obtido pela GloboNews, Cid afirmou que Bolsonaro era o responsável por postar no próprio perfil no Facebook, enquanto o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e os três assessores cuidavam do Twitter, do Instagram e de outras redes sociais do ex-chefe do Executivo.

As declarações do ex-ajudante de ordens para a PF reforçam a atuação do ”gabinete do ódio”, que atuou no Planalto durante a gestão Bolsonaro.

HOUVE CONTROVÉRSIAS – O “gabinete do ódio” veio à tona por ser motivo de uma dissidência na família do ex-presidente. O filho mais velho do ex-chefe do Executivo, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), não concordava com a estratégia de ataques e acreditava que as ações atrapalhavam as articulações do governo.

O Estadão tentou contato com Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, José Matheus, Mateus Matos e Tércio Arnaud, mas sem sucesso.

A íntegra da delação premiada de Cid não é pública, porém trechos das suas declarações para a PF já foram divulgadas pela imprensa. Já foi revelado que Cid deu informações aos investigadores sobre outros casos em que Bolsonaro é uma figura central: a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde e a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado.

 

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