domingo, 26 de novembro de 2023

CPI das ONGs perde a paciência e aprova a convocação de Marina Silva



Marina Silva alerta sobre retomada de políticas do governo Bolsonaro -  Politica - Estado de Minas

Marina Silva esnobou o convite e agora não poderá faltar

Mônica Bergamo
Folha

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), diz não haver acordo possível para suspender a convocação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, feita pelo colegiado.

A medida foi tomada na terça-feira (21), após a chefe da pasta deixar de atender a um convite para uma audiência da comissão. Na mesma data, Marina já havia sido convidada para uma oitiva na Comissão de Agricultura da Câmara para esclarecer medidas do governo que estariam prejudicando o setor agrícola.

ESTÁ CONVOCADA – “Eu já esperava que ela arrumasse alguma desculpa para não aceitar o nosso convite. Esse pessoal já tem sua agenda própria e não encontra tempo para ir ao Senado”, afirma o presidente da CPI das ONGs. “Ela deu a desculpa dela, e a gente fez o que tinha que fazer: convocou”, acrescenta.

Com o convite transformado em convocação, a ministra, agora, será obrigada a comparecer. A ideia é que ela seja ouvida na próxima segunda-feira (27), antes de embarcar rumo a Dubai para a COP-28, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o clima.

A convocação de ministros pelo Congresso tende a desgastar a relação de parlamentares com o governo federal, dado o seu caráter impositivo. Valério, no entanto, nega qualquer tensão com o governo Lula.

MERECE RESPEITO – “É uma CPI do Senado da República Federativa do Brasil, portanto, merece todo o respeito. E nós temos que nos fazer respeitar e nos tornar merecedores desse mandato. Se a gente fica acanhado, cheio de dedos para convocar essa ou aquela pessoa, é melhor que nós não instalemos a CPI”, diz o tucano.

“Não tem nada de retaliação, não tem nada de ser contra o governo. Eu disse, desde o começo, que não é questão de Bolsonaro e Lula, direita e esquerda”, segue.

“A gente não está visando o governo, não é essa a questão. Nossa questão é com as ONGs ambientalistas. Elas precisam ser mais transparentes. O dinheiro entra como? Quem mandou, por que mandou, quem recebeu, como foi usado?”

PROJETO DAS ONGS- Para o presidente da CPI, Marina deve ser ouvida por cuidar da política pública para o meio ambiente no país e por ser a “executora” de um projeto que supostamente teria ONGs como mentoras. Valério ainda diz esperar “explicações sobre o Fundo Amazônia” e sobre a relação da ministra com organizações.

“A mensagem que nós estamos passando para o povo brasileiro é a de que eles precisam tomar conhecimento do outro lado da narrativa desse pessoal”, afirma Valério, crítico da atuação de organizações não-governamentais na região amazônica.

“A gente precisa mostrar o que acontece mesmo, de verdade, e não essa fantasia, essa coisa que eles inventam, esse mundo irreal que eles vivem. Os ‘ongueiros’ ambientalistas vivem num outro mundo que não é o nosso. Eles ignoram o ser humano, e nós, não”, conclui.

 

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