Setembro de 2023 – A
minuta do Relatório de Análise de Perturbação (RAP), publicada pelo
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta semana, deixa claro
que não há nenhuma relação entre as características tecnológicas das
fontes renováveis eólica e solar e o blecaute elétrico da manhã do dia
15 de agosto.
Pela análise
da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o
documento preliminar do ONS aponta como causa do apagão um
desalinhamento no tratamento dos dados pelo operador enviados pelos
agentes geradores. Com isso, estão descartadas as especulações
infundadas, divulgadas previamente por alguns agentes e entidades do
setor, de que a simples presença de centrais geradoras renováveis no
sistema elétrico brasileiro teria ocasionado a ocorrência.
Diferentemente, a minuta do ONS esclarece que as características
tecnológicas das fontes renováveis não deram origem ao blecaute no
Sistema Interligado Nacional (SIN).
Segundo
a entidade, esta versão da minuta não especifica quais usinas
renováveis teriam apresentado eventuais comportamentos divergentes aos
previstos nas simulações do ONS. Por disso, a verificação ou confirmação
de dados com as informações disponíveis até o momento fica prejudicada.
A ABSOLAR ressalta que as alegadas diferenças não são uma situação
generalizada envolvendo todas as usinas eólicas e fotovoltaicas
conectadas na rede de supervisão do operador. Agora, a associação
aguarda os detalhes e as providências que, segundo o documento, serão
tomadas pelo ONS, para aprimoramento da operação do sistema e melhoria
da interface com os agentes geradores.
Com
a publicação do documento preliminar, fica evidente que não há nenhuma
relação do blecaute com as características tecnológicas das fontes
renováveis e que é preciso avaliar com diligência os modelos de
simulação e a interface entre o operador e os agentes geradores. Na
prática, o ocorrido no dia 15 de agosto poderia acontecer com qualquer
fonte de geração, não sendo exclusividade desta ou daquela fonte,
renovável ou não, como ocorrido no passado.
Assim,
não há riscos para a segurança de suprimento com a continuidade da
expansão de empreendimentos renováveis. O aumento da participação das
fontes renováveis na matriz elétrica brasileira é desejável e positivo,
contribuindo para a atração de investimentos, geração de empregos locais
e de qualidade e aceleração da transição energética sustentável do
Brasil.
Juntamente com
seus associados, a ABSOLAR continuará avaliando os relatórios e
informações disponibilizadas pelas autoridades competentes sobre a
ocorrência do blecaute e trabalhando, de forma colaborativa e
construtiva, em parceria com os órgãos oficiais do setor elétrico e do
País. Uma vez constatado e solucionado este problema pontual, o Brasil
evoluirá para um novo patamar de operação da matriz elétrica nacional,
ainda mais segura e sustentável, eliminando riscos de ocorrências
similares.
Para a ABSOLAR,
a fonte solar fotovoltaica contribui para diversificar e aumentar a
robustez da matriz elétrica brasileira, com sustentabilidade. Além
disso, a fonte solar é altamente versátil, possui ágil implantação e
oferece rápida recomposição da operação dentro do Sistema Interligado
Nacional (SIN) em casos de desligamentos.
A
versatilidade dos empreendimentos solares fotovoltaicos também é
observada na diversidade geográfica das usinas no território nacional,
com centrais geradoras espalhadas em todas as regiões do País. A
operação em conjunto e de forma diversificada das fontes renováveis
abundantes no Brasil, em especial usinas hidrelétricas, solares, eólicas
e termelétricas movidas a biomassa e biogás, contribui para uma maior
segurança de suprimento e resiliência da matriz elétrica nacional.
Estudo de integração de fontes renováveis variáveis na matriz elétrica do Brasil
A
maior presença das fontes renováveis na matriz elétrica nacional é
ambientalmente desejável, tecnicamente sólida e economicamente viável,
conforme demonstrou o projeto “Sistemas Energéticos do Futuro:
Integração de Fontes Variáveis de Energia Renovável na Matriz Elétrica
do Brasil”, com participação do Ministério de Minas e Energia (MME),
Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema
(ONS), em parceria com a entidade do governo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).
A
iniciativa foi fruto de três anos de intensos trabalhos técnicos de
especialistas do setor e analisou, em detalhes, a inserção de grandes
quantidades de energia solar e eólica na matriz elétrica brasileira. As
conclusões confirmaram que é possível aumentar significativamente a
participação destas renováveis a um patamar de mais 40% do total,
mantendo a confiabilidade, segurança e estabilidade, com equilíbrio
técnico e econômico para a expansão e operação, do sistema elétrico
brasileiro. As conclusões derrubam o mito de que as fontes renováveis,
por serem variáveis, representem risco ao sistema elétrico.
Sobre a ABSOLAR
Fundada
em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(ABSOLAR) é a entidade do Brasil que reúne todos os elos da cadeia de
valor da fonte solar fotovoltaica e demais tecnologias limpas, incluindo
armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde. Com associados
nacionais e internacionais, de todos os portes, a entidade é fonte de
informação e articulação em prol da transição energética sustentável do
Brasil.
Para mais informações, contatar:
Thiago Nassa (MTb. 30.914)
TOTUM Comunicação
(11) 99544 4954
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