O
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) é reconhecido por muitos como a
companhia teatral mais estável e artisticamente respeitada do país.
Durante a década de 1940, o TBC redefiniu a forma das apresentações
teatrais, atraindo a atenção dos jornalistas e da alta sociedade. No
elenco, talentos excepcionais como Cacilda Becker, Cleyde Yáconis, Tônia
Carrero, Tereza Rachel, Fernanda Montenegro, Stênio Garcia, Leonardo
Villar, Walmor Chagas, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Ítalo Rossi, Sérgio
Britto, Raul Cortez e Jardel Filho. Um vislumbre dessa história é
revelado no novo episódio da série inédita “Companhias do Teatro Brasileiro”, exibida com exclusividade no Curta!. A produção é da Camisa Listrada e a direção é de Roberto Bomtempo.
Durante
os anos 1930 e 1940, o teatro brasileiro estava em crise. O repertório
tradicional de comédias, costumes e dramalhões não mais conseguia
cativar o público. O modelo de produção, tanto do ponto de vista
empresarial quanto artístico, dava evidentes indícios de esgotamento.
Foi justamente nesse cenário tumultuado que um movimento surgiu para
alterar definitivamente o curso do teatro no Brasil: os amadores. Assim,
o Teatro Brasileiro de Comédia emergiu como resultado desse movimento
de entusiastas amadores em São Paulo. Segundo a pesquisadora teatral
Maria Thereza Vargas, eles almejavam, acima de tudo, apresentar ao
público as peças tais como os autores as haviam concebido, rompendo com a
prática comum de alterá-las, acrescentar cenas ou cortar personagens.
Franco
Zampari, um industrial italiano apaixonado por teatro, desempenhou um
papel crucial ao financiar a criação do TBC. Sua visão incluía a
construção de um teatro "de verdade" em São Paulo, para abrigar os
artistas amadores que careciam de espaços para se apresentar. O grupo
encontrou seu lar na Rua Major Diogo, próximo ao centro da cidade. O
ator Juca de Oliveira descreve: “era um teatro médio, a plateia ficava
inclinada, um palco ótimo, com uma escada que levava para uma sala de
ensaios”. No terceiro andar, havia a Escola de Arte Dramática (EAD), que
também foi uma fundação quase simultânea à do TBC.
Em
depoimento para a série, a atriz Nathalia Timberg expressou a
relevância de sua experiência no TBC, destacando que a presença
influente dos encenadores e diretores transformou sua compreensão do
teatro. “A abordagem adotada passou a ser percebida sob uma nova
perspectiva, estimulando discussões teatrais e explorando a dinâmica do
ser humano no palco de maneira inovadora. O teatro evoluiu além da mera
representação para se tornar um veículo eficaz de debate de ideias e
reflexões sociais profundas”.
O
ano de 1958 marcou o décimo aniversário do TBC, mas também o
afastamento de Cacilda Becker do grupo, reconhecida como a maior atriz
brasileira daquela época. Cacilda deixou o TBC para fundar sua própria
companhia teatral. No mesmo ano, o TBC encenou uma peça que se tornaria
um de seus maiores sucessos, tanto de público quanto de crítica: “Um
Panorama Visto da Ponte”. A produção se destacou pela ousadia de trazer
palavrões para o palco, sendo um dos primeiros espetáculos brasileiros a
incluir tal gesto.
A série "Companhias do Teatro Brasileiro"
foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual
(FSA). A série traz 15 episódios e, após "Teatro Brasileiro de Comédia",
serão exibidos: "Teatro de Arena", "Teatro Oficina", "Grupo Opinião",
"Teatro Ipanema", "Asdrúbal Trouxe o Trombone", "Teatro dos Quatro",
"Companhia Estável de Repertório", "Grupo Macunaíma" e "Grupo Galpão".
"Teatro Brasileiro de Comédia”
também pode ser assistido no Curta!On – Clube de Documentários,
disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br, a partir da quarta-feira,
dia 30. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação
gratuita de todo o conteúdo. A estreia do episódio no Curta! é na Terça das Artes, 29 de agosto, às 23h30.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 28/08
22h30 – “Com a Palavra, Arnaldo Antunes” (Documentário)
Um
documentário autobiográfico sobre o papel que a palavra, a música e a
imagem ocupam na obra de Arnaldo Antunes. De sua origem como poeta ao
sucesso como cantor e compositor, o artista revisita os momentos mais
marcantes de sua carreira. Direção: Marcelo Machado. Duração: 80 min. Classificação: Livre. Horários alternativos:
29 de agosto, terça-feira, às 02h30 e às 16h30; 30 de agosto,
quarta-feira, às 10h30; 02 de setembro, sábado, às 22h30; 03 de
setembro, domingo, às 16h15.
PROMO: https://youtu.be/i_WVR0NgKyk
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1hsTGwADAwdEoMOJhQb7l8qjr7aJwL51H?usp=sharing
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 29/08
23h30 – “Companhias do Teatro Brasileiro” (Série) - Episódio: “Teatro Brasileiro de Comédia” - INÉDITO
O
Teatro Brasileiro de Comédia era a companhia de teatro mais estável e
mais reconhecida do Brasil até o século XX. Seu formato deu início a uma
reformulação do espetáculo, com grandes atrizes e atores no teatro
brasileiro em seu auge. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos:
30 de agosto, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 31 de agosto,
quinta-feira, às 11h30; 02 de setembro, sábado, às 18h30; 03 de
setembro, domingo, às 08h30.
PROMO: https://youtu.be/riviBVPCKXs
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1fXKh7a0xvkbgYR5JEfP4rYvVnRFrDqIg?usp=sharing
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 30/08
23h – “Viagem Através do Cinema Francês” (Série) - Episódio: “Os Desconhecidos” - INÉDITO
Alguns
diretores permanecem desconhecidos, mas não podem ser deixados de lado,
já que sutilmente criaram uma nova onda que inspiraria a geração
seguinte: Pierre Chenal, Henri Calef, Gilles Grangier, Alice Guy. Direção: Bertrand Tavernier. Duração: 52 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos:
31 de agosto, quinta-feira, às 03h e às 17h; 01 de agosto, sexta-feira,
às 11h; 02 de setembro, sábado, às 13h; 03 de setembro, às 18h.
PROMO: https://youtu.be/9A7f3RQdoi0
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1YcwhwEP0R3tGXL9Am23mlVdWfGb7xrki?usp=sharing
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 31/08
19h30 – “Caminhos dos Orixás” (Série) - Episódio: “Xangô - Obá Int e as pedras de fogo” INÉDITO
Xangô,
senhor da justiça. O Orixá mais civilizatório de toda a religião
yorubá. É a primeira e última entidade a ser consultada. Aqui no Brasil,
nos terreiros de Ketu, sua palavra também tem uma extrema importância,
trazendo a diplomacia, a liderança, a resolução de conflitos e a
perseverança da comunidade. Direção: Betse de Paula. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horário alternativo:
01 de setembro, sexta-feira, às 05h30 e às 13h30; 02 de setembro,
sábado, às 07h30 e às 20h30; 03 de setembro, domingo, às 10h30.
PROMO: https://youtu.be/hGM3rmCc1bQ
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1rG4Kgq9dlHFOg7GFSmVQ1kPTRslWFwbk?usp=sharing
23h – “O que Possuímos? - O Conceito de Propriedade ao Redor do Mundo” (Série) - Episódio: “Inviolável e Sagrado” - INÉDITO
No
artigo 17 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a
propriedade é considerada “inviolável e sagrada”. Para o filósofo John
Locke, a propriedade é um direito natural. Para outros, é uma criação da
lei. Não existe uma definição universal de propriedade. O que é
propriedade para um europeu não é para um africano ou asiático. A
propriedade tem uma história, que é desvendada nesta série. Direção: Gérard Mordillat, Christophe Clerc e Bertrand Rothé. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 01 de setembro, sexta-feira, às 03h e às 17h; 02 de setembro, sábado, às 21h; 03 de setembro, domingo às 11h.
PROMO: https://youtu.be/8dAD5dyMmEg
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1NDWq4MCLQ-2E5XUdn1oM94EFNv29Cslk?usp=sharing
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 01/09
23h – “Os Carrascos de Stalin - O Massacre de Katyn” (Documentário)
Em
1940, a União Soviética ordenou a execução de 22.000 prisioneiros de
guerra polacos, 4.500 dos quais foram assassinados na floresta de Katyn,
na Rússia. Durante anos a autoria do crime foi atribuída aos nazistas.
Foi apenas na véspera do colapso da União Soviética que Mikhail
Gorbachev reconheceu a responsabilidade de Stalin na perpetração do
crime. O documentário mostra como esse massacre ocorreu e esclarece a
forma como funcionava o estado soviético. Direção: Cédric Tourbe. Duração: 52 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 02 de setembro, sábado, às 03h e às 14h.
PROMO: https://youtu.be/DcD15n28Oko
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1M-S8SYIZknY-2o2O_y2Yxn_Ja-hdCKvu?usp=sharing
Sábado, 02/09
19h30 – “Grandes Cenas - 2ª Temporada” (Série) - Episódio: “Bye Bye Brasil”
O
diretor Cacá Diegues e a atriz Betty Faria percorrem as estradas
trilhadas pelo antológico “Bye Bye Brasil” (1980), acompanhando a trupe
circense de Lorde Cigano e Salomé. A cena em destaque é a da telepatia,
um momento de contato com a comovente realidade do povo do sertão e seu
desejo por um Brasil melhor. Direção: Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno. Duração: 20 min. Classificação: 10 anos. Horário alternativo: 03 de setembro, domingo, às 09h30.
PROMO: https://youtu.be/4qkczgHePUY?feature=shared
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1gLgftr4oxtpm7NQYSSDWwe8BecXdA5Nj?usp=sharing
Domingo, 03/09
22h30 – “Glauber, Claro” (Documentário)
Grande
inovador do cinema brasileiro, Glauber Rocha (1939-1981) já foi tema de
diversos filmes, mas em “Glauber, Claro”, o diretor César Meneghetti
vai além: há, aqui, um retrato íntimo e criativo do cineasta, mais
precisamente durante o período em que esteve exilado na Itália, na
década de 1970. Para além da vivência de Glauber no exílio e do seu
famoso protesto contra o júri do Festival de Veneza de 1980 (por “se
render ao cinema comercial”), o documentário mostra que o diretor também
se expandiu artisticamente através de diversos trabalhos, entre eles o
longa-metragem “Claro”, gravado em Roma. O filme, o penúltimo do
cineasta, é revisitado e analisado sob o olhar do século XXI. Para
acessar esse passado, “Glauber, Claro” se baseia nas memórias de pessoas
que conheceram Glauber Rocha de perto, como amigos, parentes, críticos e
colaboradores. Através de seus depoimentos, eles revelam um pouco mais
da personalidade e do processo criativo do cineasta, com o auxílio de
imagens de arquivo inéditas e trechos de “Claro”. O documentário aborda,
ainda, temas como o Cinema Novo, o underground, o neorrealismo e a
militância política através da arte. Direção: César Meneghetti. Duração: 80 min. Classificação: 14 anos.
PROMO: https://youtu.be/VpkN8CU9dBQ?feature=shared
FOTOS: https://drive.google.com/drive/folders/1Y0YYGx2p6so7oJ-m4HHuAHVwTIrpoqRN?usp=sharing
Nenhum comentário:
Postar um comentário