J.R. Guzzo
Revista Oeste
“Basta um pensamento, pequeno como um camundongo, aparecer na sala, e até os mais poderosos potentados entram em pânico. Fazem esforços frenéticos para barrar nossas ideias e palavras; têm medo do funcionamento da mente humana“ — dizia Winston Churchill.
Não é a cara do Brasil de hoje? É, sem dúvida, um retrato em alta definição do que está sendo feito com ele pelo consórcio Lula-STF e toda a vasta polícia mental que utiliza para governar hoje este país.
FIM DO PENSAMENTO – Seu grande inimigo, aquele que querem exterminar na sociedade brasileira com os seus inquéritos fora da lei e com a força armada de seus serviços de segurança, não é a oposição. É o pensamento. Não há nada que detestem mais — o que realmente não admitem, por trás da sua gritaria, dos seus despachos e da mídia que têm a seu serviço, é que você pense.
Dizem, e a maioria dos jornalistas, intelectuais e magnatas repete automaticamente, que estão combatendo as atitudes “antidemocráticas”, a “desinformação” e a circulação de ideias “erradas”.
É falso — como é falso o seu palavrório sobre “igualdade”, “diversidade”, “sustentabilidade” e outras fumaças da mesma chaminé. Estão agindo, no mundo das realidades, para bloquear as ideias diferentes das suas.
APENAS RACIOCINAR – Não são as redes sociais, nem “o golpe”, nem a “extrema direita” que perturbam o seu mundo. Não é nem mesmo “o Bolsonaro”, que estão destruindo com tanto empenho. É a sua capacidade de raciocinar.
Como não dá para impedir que as pessoas utilizem os seus circuitos mentais quando estão acordadas, a esquerda, com Lula e o STF na frente, aplica um extraordinário esforço para fazer com que se calem — ou abafar o que dizem, suprimir o debate racional ou fazer ataques pessoais para desqualificar as opiniões diferentes das suas.
Não varia nunca. Quando é apresentada a um raciocínio que incomoda, a esquerda não é capaz de responder com um raciocínio contrário. Em vez de opor pensamento a pensamento, despeja um caminhão de ira contra o ponto de vista que a deixou agitada.
PROÍBE TUDO – Cassa o direito de palavra dos adversários. Impede, com a força física, que façam palestras ou deem aulas. Multa (até em R$ 22 milhões), bloqueia contas bancárias, faz ameaças e proíbe de se manifestar nas redes sociais quem pensa de modo diferente — e por aí se vai.
É um tipo especialmente perverso do negacionismo que a esquerda denuncia com tanta cólera nos outros. Nega-se, aí, a mera existência das realidades expostas pelo cérebro humano. Se não agradam ao consórcio, são excomungadas — e sujeitam os infratores a processo penal direto na “suprema corte”, ou a infortúnios diversos contra os quais não cabe nenhum tipo de recurso.
Os exemplos estão à vista todos os dias, em qualquer área da vida pública, cultural ou simplesmente social do Brasil de 2023. Um dos mais cômicos, e talvez mais didáticos, é a reação mecânica da esquerda, mesmo a que se considera mais cerebral, ao se encontrar com algum artigo que tenha qualquer argumento baseado em fatos — ou mesmo que tenha só os fatos.
REGRAS DA MACONHA – O sujeito escreve, por exemplo, que o STF está elaborando uma lei com regras sobre o consumo da maconha, coisa que segundo a Constituição Federal só o Congresso está autorizado a fazer. Também diz que os ministros estão legislando sobre o peso em gramas da droga que o cidadão pode levar consigo.
E, para piorar de vez, lembra que a dose de 60 gramas autorizada pelos ministros equivale a mais de 60 cigarros, tendo em vista que um cigarro pesa um pouco menos de 1 grama.
O cidadão de esquerda, que não admite a mínima restrição a nada do que o STF faça, fica irritadíssimo ao ler algo assim. Não se conforma que os fatos estejam em desacordo com os seus desejos — e, como não tem nenhum argumento para contestar o que leu, ou não sabe o que é um argumento, escreve o seguinte na área de comentários: “E por que você não fala das joias do Bolsonaro?”.
PADRÃO RASTEIRO – É esse o nível. Não é um caso isolado. O mundo oficial brasileiro mais a elite subdesenvolvida que vive em seu redor estão em guerra aberta contra o pensamento livre. Não pode haver liberdade de imprensa, porque se houver vão falar mal do governo.
Lula, o PT e o STF acreditam que estão construindo um novo regime, e para isso é obrigatório que o brasileiro renuncie ao direito de ter ideias próprias e individuais. Como aceitar, num ambiente de respeito à razão, que a invasão dos edifícios dos Três Poderes em Brasília por uma multidão que incluía famílias com crianças, gente em cadeira de rodas e vendedores de algodão-doce, seja apresentada pelo governo, o STF e os jornalistas como “um golpe de estado” ou “ato terrorista”?
O que achar de um futuro presidente desse mesmo STF que se diz disposto a tratar por igual “a indústria” e “o MST”? Não lhe importa o fato de que o cidadão capaz de raciocinar saiba muito bem que a indústria é uma atividade legal e o MST uma atividade criminosa? Um Brasil assim não pode conviver com o camundongo de Churchill.
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