Carro popular: governo estende programa com mais R$ 300 milhões
O dinheiro já tinha acabado e o reflexo de novas paralisações e queda nas vendas se materializava no mesmo dia com as três fábricas de carros da VW com novas paradas em julho.
Todavia, o governo federal reagiu e adicionou mais R$ 300 milhões ao programa do carro popular e assim estendeu o prazo dos descontos para carros até R$ 120 mil.
Fernando Haddad, em entrevista para o jornal O Globo, disse: “O que aconteceu foi curioso porque nós não esperávamos que as pessoas físicas fossem esgotar o crédito na aquisição dos seus carros menos poluentes”.
Estranho, pois, o governo acreditava que os caminhoneiros o fariam com o aporte maior de R$ 700 milhões, quando em realidade isso não aconteceu.
De qualquer forma, Haddad agora sabe que o mercado automotivo precisa de mais recursos para realmente pegar no tranco.
Em reunião com a imprensa, o ministro da Fazenda comentou: “Acumulou uma fila [de pedidos por veículos novos], que foi levada ao conhecimento do presidente Lula, que decidiu atender. Nós vamos estender um pouco para atender essa fase final do programa. Na reoneração do diesel já havia uma sobra de R$ 100 milhões, aos quais serão agregados mais R$ 200 milhões. Será, portanto, um programa de R$ 1,8 bilhão”.
Desse montante, agora o segundo maior é o do mercado de caminhões, que deverá ver os recursos direcionados às transportadoras, pois os caminhoneiros autônomos não estão em condições de utilizar tais créditos.
Para o mercado automotivo, a novidade de Brasília coloca novamente o BigMac na mesa das equipes comerciais das marcas, já que era certo um aumento nos preços dos carros tão logo os estoques se encerrassem após o fim dos R$ 500 milhões.
Assim, as marcas agora farão hora extra para estabelecer as estratégias de preço com o adicional de R$ 300 milhões ao programa, segurando assim as possíveis tabelas já prontas para um pós-carro popular.
Fontes do setor automotivo dizem que as montadoras pressionaram o governo, inicialmente, por um adicional de R$ 20 milhões, mas agora se sabe que a ideia ia além.
Agora, não se sabe se a indústria automotiva conseguirá novamente pressionar o governo para colocar mais braços para empurrar o mercado nacional de modo a conseguir andar com as próprias rodas.
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