Rosana Hessel
Correio Braziliense
A China, que está sendo ultrapassada pela Índia em número de habitantes, deverá tornar-se a maior potência do planeta em 2034, pelos cálculos do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, feito a pedido do Blog. Considerando a média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois países, em termos nominais em dólares, nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 2024 e 2028, os cálculos de Agostini indicam que o PIB chinês chegará a US$ 41,76 trilhões daqui a 11 anos. Enquanto isso, o PIB dos EUA estará em US$ 41,1 trilhão no mesmo período.
“Pelo ritmo de crescimento do PIB dos dois países, o PIB da China ultrapassará o dos Estados Unidos, em termos nominais, em 2034, ou até um ano antes, a depender do comportamento das duas economias”, destacou.
PODER DE COMPRA – Segundo ele, em 2016, o PIB chinês ultrapassou o dos Estados Unidos pela medida de Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês).
“Em 1980, o PIB dos EUA, pela medida de PPP, era 9,4 vezes maior (ou 944%) do que o PIB chinês. E, em 2021, passou para apenas 0,85 (ou 85%) do PIB do país asiático”, comparou.
No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma visita de Estado – a mais importante na liturgia da diplomacia – ao país asiático, fez declarações polêmicas e criticou os EUA (e depois voltou atrás), mas voltou com um saldo de R$ 50 bilhões em acordos firmados entre os dois países.
BALANÇA FAVORÁVEL – A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e tem dado sinais de que deverá voltar a crescer de forma mais forte. No primeiro trimestre do ano, o PIB do país asiático avançou 4,5% acima da alta de 3% registrada em 2022.
A balança comercial entre Brasil e China é favorável do lado brasileiro. Em 2022, o Brasil exportou US$ 89,4 bilhões em produtos para a China e importou US$ 60,7 bilhões dos chineses. Com isso, o superavit da balança bilateral foi de US$ 28,7 bilhões. No acumulado de janeiro a março deste ano, o saldo positivo para o Brasil ficou em R$ 8,4 bilhões para um volume de US$ 20,9 bilhões exportados e US$ 12,5 bilhões desembarcados.
Enquanto isso, com os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial brasileiro, o saldo na balança bilateral é negativo, sendo de US$ 13,8 bilhões, em 2022, e, de US$ 1,4 bilhão, no acumulado do primeiro trimestre deste ano, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
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