BLOG ORLANDO TAMBOSI
Tal com Cortés, Boaventura de Sousa Santos tentou fazer conquistas na América do Sul. Está certo que não destruiu os astecas, mas pelo menos talvez tenha dado cabo do tacho na Universidade de Coimbra. Tiago Dores via Observador:
Confesso
que após o caso do Dalai Lama a pedir àquele menino para lhe chupar a
língua, pensei: “Eh pá, isto é absolutamente asqueroso. Depois de ver
estas imagens espero que medeie pelo menos uma boa década até sermos
confrontados com o próximo octogenário envolvido em nojentices deste
calibre.”
O
universo escutou esta minha prece e terá pensado: “Ui, tenho aqui uma
oportunidade de ouro para pregar uma partida gira a este menino. É que
não é tarde, nem é cedo. Queres ver?” E, tumba!, escassas vinte e quatro
horas depois tomo conhecimento das acusações de assédio ao Director
Emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra,
Boaventura de Sousa Santos.
E
talvez o “Emérito” do título venha precisamente daí, na medida em que,
de facto, é mérito, num escasso dia, votar à mais absoluta
insignificância, na imprensa nacional, a forte suspeita de que um
conceituadíssimo líder religioso mundial e Prémio Nobel da Paz possa
embarcar em comportamentos dúbios com petizes.
Embora,
atenção. Atenção e calma com essas suspeitas. Porque segundo a
internet, e mais especificamente o Twitter (e não, não estou a inventar
nada disto), há uma tradição no Tibete que envolve os avós darem comida
directamente da sua boca para a boca das criancinhas. E doces, também. E
quando já não têm mais comida, nem doces, dizem aos meninos: “OK, agora
come a minha língua.” Certo. Mas é o Dalai Lama avô do menino com quem o
vimos no infame vídeo? Não, não é. E disse o Dalai Lama “come a minha
língua”, ou “chupa a minha língua”? Disse “chupa a minha língua”. E é
tudo isto muito estranho, ou é tudo isto estranhíssimo?
Não
interessa. Pois, como é óbvio, este caso nada tem a ver com o caso de
Boaventura de Sousa Santos. A não ser talvez na medida em que, se isto
for mesmo uma tradição no Tibete, não há como discordar que há culturas
superiores a outras. E uma forma eficaz de identificar a cultura
superior é ver em qual os velhos não têm por hábito regurgitar comida
para a boca dos elementos infanto-juvenis. Estando a falar de um
comunidade de humanos e não de uma comunidade de flamingos este é um
indicador infalível de uma sociedade superior.
Ideia
de sociedade superior que parece ser partilhada, com convicção, por
Boaventura de Sousa Santos. Pelo menos a julgar pelo perfil das suas
alegadas vítimas de assédio. É que estamos na presença de um rol de
senhoras que representa quase toda a América Latina. O que faz de
Boaventura uma espécie de Cortés, o famoso conquistador espanhol. Com a
diferença do Cortés ter efectivamente conquistado e destruído o Império
Asteca, ao passo que o Boaventura não só não conquistou ninguém com, em
princípio, deu cabo do tacho que tem na Universidade de Coimbra.
Só
espero que a Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada não se lembrem de
acrescentar à vastíssima colecção Uma Aventura uma nova história em
torno destas deprimentes aventuras do Boaventura. No entanto, caso se
lembrem de o fazer, por favor não se esqueçam, quando visitarem o Centro
de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra para efeitos de pesquisa,
de andar sempre com uma lata de mace e um taser.
E
assim prosseguiremos naquela que é A Semana Internacional Contra o
Assédio em Locais Públicos, e que se celebra até ao próximo dia 23 de
Abril. Mesmo a tempo, portanto, de apresentarmos queixa às autoridades
competentes por nos sentirmos molestados pela presença de Lula da Silva
nas comemorações do 25 de Abril.
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi
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