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A Plástico Brasil - Feira Internacional do Plástico volta a promover o encontro presencial de toda a cadeia da indústria do plástico no amplo pavilhão do São Paulo Expo, em São Paulo. Até sexta-feira (31), o evento, uma iniciativa da ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) e da ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), reúne a cadeia de transformação do plástico, em 40.000 m² de área de exposição, com a presença de mais de 800 marcas brasileiras e internacionais, que apresentam tecnologias e soluções inovadoras em produtos básicos e matérias-primas, maquinários, equipamentos e acessórios, ferramentas e moldes, resinas, instrumentação, controle e automação industrial, robótica, projetos e serviços técnicos, reciclagem, entre outros.
Estão presentes empresas do Brasil, Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Hungria, Israel, México, Portugal, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia, além de pavilhões da Áustria, China, Índia e Itália.
Segundo o presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso, a resposta positiva do mercado em participar do evento ganhou força e ocupou toda a área prevista para a exposição. "Em 2025, a Plástico Brasil deve aumentar 20% em área. A ideia é acomodar, entre outros, fabricantes de matéria-prima que procuraram a organização no início do ano e não puderam ser atendidos por falta de espaço".
Momento do setor
A Plástico Brasil acontece em um momento particularmente positivo para a indústria de máquinas e equipamentos para reverter a queda registrada em 2022. Em fevereiro, o setor apontou receita líquida 7% maior (R$ 21,7 bilhões) que o mês anterior, puxada em grande parte pelas exportações, que, no primeiro bimestre, acumularam crescimento de 16,4%.
“A previsão é terminar o ano com crescimento de 2,4%”, projeta Velloso. Os números foram revelados pela ABIMAQ, com exclusividade, ontem, (27/03) no primeiro dia da Plástico Brasil.
A projeção se baseia em diferentes fatores, entre eles a disposição da nova administração federal em reconstruir os sistemas de exportação e de investir em infraestrutura, a qualidade de nível internacional das máquinas e equipamentos exportados pelos fabricantes brasileiros e a necessidade de modernização do parque industrial.
“A Indústria 4.0 está chegando rapidamente a indústrias de todos os portes e, mesmo sem dados oficiais, acreditamos que a maioria das empresas ainda trabalha com máquinas de duas, três gerações atrás”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, Gino Paulucci Junior.
A ocupação da capacidade instalada também reagiu positivamente em fevereiro e atingiu 77,6%, enquanto o quadro de pessoal teve alta de 0,5%, chegando a 394 mil pessoas empregadas de forma direta.
SP e o compromisso com o desenvolvimento da indústria
“São Paulo é o maior mercado consumidor de plástico do país, quiçá da América Latina”, disse a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Paulo, Aline Cardoso, durante a cerimônia de abertura da 3a edição da Plástico Brasil - Feira Internacional do Plástico, que começou na segunda-feira, 27, no São Paulo Expo.
Na cerimônia de abertura, a secretária enfatizou que a indústria gera, para a capital paulista, mais de 350 mil empregos diretos e que São Paulo deve aproveitar esse momento de reflexão sobre a necessidade de reindustrialização do país. “Para o Brasil, a oportunidade é gigantesca e o país não pode perder esse momento. É muito bom ouvir o representante do BNDES (Banco Nacional Desenvolvimento Social e Econômico) falar sobre ampliar o percentual de financiamento, bem como os investimentos na indústria brasileira. Para isso, a instituição precisa desburocratizar os acessos, de modo que o Brasil ganhe força nesse setor. Não basta retomar a empregabilidade, é necessário fortalecer a indústria para fortalecer a base de nosso país", disse.
Aline Cardoso mencionou também o compromisso da cidade com a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) e com a responsabilidade socioambiental. “Temos um compromisso com a economia circular e o objetivo é que, em dois anos, estejamos falando também de premiações desta economia no plástico. A proposta é que passemos, a partir de hoje – Prefeitura, ABIMAQ e ABIPLAST – a desenvolver o plano da economia circular do plástico. Em março, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho teve o prazer de assumir, oficialmente, as cooperativas de reciclagem de base da capital, e esse é um dos pilares que creio ser o mais acessível no momento, para servir de piloto de economia circular do plástico”, completou.
Em sua participação na cerimônia de abertura, o presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, Gino Paulucci Junior, afirmou que as contribuições de cada setor nas discussões ambientais, tendo o plástico como agente ativo no aprimoramento do processo sustentável, na educação da sociedade e na economia circular, ajudam a aprimorar o círculo de vida do plástico. Paulucci comentou ainda que a indústria de máquinas no Brasil engloba mais de oito mil empresas, sendo responsável, somente na cadeia produtiva do plástico, por cerca de 350 mil empregos diretos e 900 mil indiretos, faturando acima de R$ 450 bilhões ao ano.
Já o presidente da ABIPLAST (Associação Brasileira das Indústrias do Plástico), José Ricardo Roriz Coelho, destacou o impacto positivo do setor dos transformadores do plástico na economia brasileira. “Esse setor, que agrega valor à economia, colabora com 95% do PIB brasileiro, sendo, no Brasil, mais de 12 mil indústrias transformadoras de plástico, que produzem sete milhões de toneladas de produtos plásticos, faturando, em 2022, R$ 128 bilhões. Quanto à questão ambiental e imagem do plástico, tratam-se de desafios que a nossa indústria precisa encarar, colocando em prática pensamentos sistêmicos, a exemplo do desenvolvimento da economia circular 4.0 para o plástico”, disse.
Também participou o diretor presidente da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Igor Manhães Nazareth. Ele revelou que a instituição tem o compromisso de apoiar a inovação e o desenvolvimento tecnológico das empresas do setor plástico. “Temos mais de 50 projetos em andamento, com R$ 25 milhões disponíveis para a execução e estamos de portas abertas para apoiar os projetos de inovação, além de uma parceria com o BNDES que já liberou R$ 200 milhões para o desenvolvimento de novas tecnologias”, comentou.
Em sua fala, o chefe do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do BNDES, Flávio Moraes da Mota, representando o presidente da instituição comentou: “Em relação à cadeia produtiva do plástico, estamos atentos à necessidade de estarmos mais juntos. Nosso objetivo no BNDES para a industrialização é que o setor passe a representar 30% do desembolso total até 2026 e, para tanto, o BNDES pretende voltar a atuar de forma mais ativa na indústria. Nossa intenção é retomar o apoio da indústria brasileira desde a geração de energia renovável passando pela indústria de transformação até as pequenas e médias empresas”.
Sustentabilidade é destaque na Plástico Brasil 2023
A cadeia de valor dos plásticos trouxe à edição 2023 da feira as inovações, tecnologias e soluções sustentáveis que reforçam que o plástico, além de ser um produto atóxico, versátil, higiênico, que promove a saúde e o bem-estar das pessoas, também agrega sustentabilidade, desde a produção até o descarte.
No primeiro dia de exposição, soluções e inovações voltadas à Economia Circular e reciclagem foram destaque. Um exemplo é a Wefem, fabricante brasileira de máquinas e equipamentos para a reciclagem, que apresenta a nova linha de máquinas voltadas à Economia Circular (novo conceito de lavação e moinhos de pastilhas). “Temos parceria com a Braskem no projeto de PLA, em que a tecnologia brasileira vem sendo valorizada no processo”, conta Marcelo Carneiro, diretor da Welfem.
Ulisses Fonseca, diretor da Multiblow, que também tem parceria com a Braskem em projetos de PLA, está apresentando no evento a nova máquina que produz plástico com três camadas, sendo uma delas de PCR. “Essa tecnologia permite que 70% do material usado seja resina pós-consumo”, explica Fonseca. A empresa também apresenta tecnologia para o uso de PET 100% pós-consumo.
Com 46 anos de mercado, o Grupo Wortex é outro exemplo de empresa que também leva ao evento soluções voltadas para a Economia Circular. A empresa está expondo a nova geração de extrusoras projetadas para comportar maior variação de blendas, em proporções variáveis de rígidos e flexíveis, para a reciclagem.
Além das empresas e suas tecnologias, a academia também se destacou no tema sustentabilidade e a importância da integração com a indústria para novos desenvolvimentos. O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) apresentou uma série de soluções que desenvolve, ou em parceria com a indústria ou a título de pesquisa, visando a reciclagem. No evento, os alunos apresentaram o desenvolvimento de filamentos para impressoras 3D feitos de PET reciclado. Também abordaram soluções desenvolvidas para reciclagens tidas como “difíceis”, como é o caso dos compósitos (misto de fibra de vidro e plástico). O IMT trabalha com a oportunidade de reciclar esse e outros resíduos complexos por meio de um processo de separação física, processamento e por micro-ondas.
Para a show director do evento, Liliane Bortoluci, “a sustentabilidade é tema transversal na Plástico Brasil desde a concepção da feira, as soluções inovadoras e tendências que os expositores trazem a cada edição fortalecem o debate sobre a sustentabilidade da cadeia de valor dos plásticos eriquecendo a busca constante por melhorias”, completa.
Segundo dia
Nesta terça-feira, 28, a feira continua com intensa programação de atividades e eventos de conteúdo no São Paulo Expo. Além das empresas expositoras, o visitante poderá participar das seguintes atrações:
Espaço “SMED – Single Minute Exchange of Die – Troca Rápida de Moldes” - o visitante vai conhecer a metodologia 100% automatizada e com o mínimo de interação humana, que tem como objetivo a redução do tempo de setup para em média de 5 minutos. A ação é resultado de uma parceria do evento com as empresas Romi, Stäubli, Previsão e Berg-Steel e Escola LF, fornecendo recursos para a atração.
Parque de Ideias - Espaço dedicado ao conhecimento, com a participação de instituições de ensino do Brasil, como Instituto Mauá de Tecnologia e o SENAI, que apresentam projetos de inovação de diversas áreas relacionadas à transformação de plásticos, tais como os desenvolvimento da engenharia nos processos de transformação, a reciclagem e a biodegradabilidade dos plásticos, processos voltados à Economia Circular, além de inovações no segmento de embalagens plásticas, Inteligência Artificial aplicada ao setor, materiais específicos para a indústria automotiva, entre outros. As apresentações do Parque de Ideias serão gratuitas e abertas aos visitantes e expositores.
ABINFER Business Center - Dada a importância estratégica que os moldes, matrizes e ferramentas ocupam no processo industrial do plástico, nesta 3ª edição, além da exposição de 19 fabricantes com suas soluções e produtos, o espaço exclusivo da ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - promoverá a participação de ferramentarias, fabricantes de moldes e fornecedores da cadeia em palestras e workshops.
Escola Móvel SENAI de Nanotecnologia - Com demonstrações e experiências práticas de nanociência e nanotecnologia, o espaço convida os visitantes a participarem de uma atração totalmente interativa com equipamentos científicos de ponta e materiais informativos.
SEBRAE Móvel - Profissionais do SEBRAE-SP realizam atendimento presencial no evento, com o objetivo de orientar os interessados sobre gestão, plano de negócios e marketing. O SEBRAE Móvel é indicado para o visitante empreendedor, de pequeno a grande porte, que busca crescer e melhorar a gestão da sua empresa.
3ª Plástico Brasil - Feira Internacional do Plástico
Data: de 27 a 31 de março de 2023 - Horário: das 10 às 19 horas
Local: São Paulo Expo - Exhibition & Convention Center
Sobre a Plástico Brasil: Clique aqui
Fotos: Clique aqui
Credenciamento imprensa: No pavilhão São Paulo Expo
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