sexta-feira, 31 de março de 2023

CUPIDO É LOUCO

 

Olá, tudo bem? Vc recebeu essa sugestão? Obrigada, abs, Débora 


Disco traz modinhas inéditas do século XVIII compostas por Domingos Caldas Barbosa

“Cupido é louco”. Este é o nome do disco lançado pelo arranjador e violonista Guilherme de Camargo, com o clarinetista Luca Raele e as cantoras Fernanda Ribeiro e Ludmilla Thompson, que traz uma série de modinhas dos compositores Domingos Caldas Barbosa e Jerónimo Francisco de Lima, criadas entre 1790 e 1800 para mulheres cantarem no campo. O disco acaba de chegar nas plataformas digitais e também em formato físico.

A capa tem ilustração de Andre Caliman e no encarte de 40 páginas além de textos e das letras das músicas há fotos de Paulinho de Jesus, Eriberto Chagas e Ricardo Bernardes. O CD foi gravado na YB Music, em São Paulo. As partituras reunidas em livro foram encontradas em 2008 pelo musicólogo curitibano Ricardo Bernardes na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e estavam inéditas até este projeto. A produção é de Alvaro Collaço e Guilherme de Camargo através do Programa de Ação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.

O CD traz 17 das 19 modinhas presentes no “Livro Primeiro. De Letras e Cantigas Galantissimas para de bertimento das Senhoras Portuguezas No Campo”, um pequeno volume encadernado e que integra uma coleção de manuscritos musicais portugueses adquiridos pela Biblioteca do Congresso no início do século XX. Dentre as modinhas está “Cupido é louco”, escolhida para dar nome ao álbum.

Compostas para o passeio no campo, a coleção de modinhas de Caldas Barbosa e Francisco de Lima é para Ricardo Bernardes “um documento que retrata uma época e seus costumes, com as suas virtudes e defeitos e deve ser visto como tal, e não julgado pela nossa visão contemporânea”. A parceria entre os compositores era até então desconhecida. As músicas estão mais próximas da canção italiana da época, de acordo com formação de Francisco de Lima, mas com elementos do gênero modinha.

Os textos de Caldas Barbosa, por sua vez, “tratam de um amor pueril, por vezes inocente, mas possuem algumas ousadias de linguagem e comportamento que fizeram fama ao poeta brasileiro”, destaca o musicólogo. Esse material ganhou de Guilherme de Camargo arranjos que se identificam com a música popular brasileira do século XX, uma opção consciente de não fazer do disco um produto exclusivo para estudiosos. “Descobri que poderia, desta vez, me juntar aos músicos de minha escolha, escrever arranjos como eu gostaria e levar adiante a música como ela acontecia na minha cabeça, sem preconceitos e, sobretudo, usando das diversas influências que fizeram de mim o músico e a pessoa que sou hoje”, esclarece Guilherme. “Decidi então que usaria como mais uma razão para colocar-me por inteiro, por vezes reescrevendo as melodias, refazendo as harmonias e deixando tudo ao meu gosto que, acredito, pode agradar a qualquer ouvinte que busque não preciosismos históricos mas, simplesmente, uma hora de puro entretenimento. Para isso serviam as modinhas, para entreter”.

SOBRE OS COMPOSITORES

Domingos Caldas Barbosa, compositor e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1740 e falecido em Lisboa em 1800. Era filho do português Antonio Caldas Barbosa, tesoureiro da Fazenda Portuguesa em Angola, e de Antonia de Jesus, sua ex-escrava angolana. Desde cedo, revelou talento para a poesia, a sátira e a música. Após ter servido na Guerra Hispano-Portuguesa em Sacramento, Rio Grande do Sul, quando foi preso pelos espanhóis, Domingos Caldas Barbosa foi em 1763 morar em Portugal, então sede da colônia. Lá fez sucesso com suas cantigas, modinhas e lundus, publicou livros, escreveu óperas. Em 1772 torna-se membro da Arcadia de Roma, quando adota o pseudônimo de Lereno Selinuntino e em 1790 foi um dos fundadores da Nova Arcádia Portuguesa. Seu livro mais conhecido é “Música Escolhida da Viola de Lereno”, uma compilação de suas modinhas. Domingos Caldas Barbosa é o patrono da Cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Música.

Jerónimo Francisco de Lima nasceu em Lisboa entre 1741 e 1743 e faleceu na mesma cidade em 1822. No final de 1760 é levado por ordem de Dom José I a Nápoles, onde forma-se em música. Ao retornar a Lisboa torna-se organista do Seminário Patriarcal. Compõe serenatas e dramas para a corte portuguesa, a partir de libretos dos italianos Gaetano Martinelli e Pietro Metastasio. Seu trabalho mais conhecido é “Le nozze d'Ercole e d'Ebe” ópera de 1785. Francisco de Lima compôs ainda música sacra, geralmente cantatas.

REPERTÓRIO 

1. NÃO SOU EU QUE O DIGO

2. SÓ QUEM FOR DO RANCHO DA MURTA

3. CUPIDO É LOUCO

4. NINGUÉM SE FIE NO DESU CUPIDO / AMOR NASCE PEQUENINO

5. VÊ, MEU BEM, QUE JÁ MURMURAM

6. SOA N’ALDEIA TRISTE CLAMOR

7. EU DE TUDO SEI UM POUCO

8. TEJO SERENO

9. ABC DO AMOR

10. ORA, DIZI-ME MARILIA

11. ANARDA, GENTIL ANARDA

12. DERAM MEUS OLHOS SINAIS / VILÃO DO SÉTIMO TOM

13.DEPENDEM MEUS DIAS

14. A MINHA CRUEL NERINA / OUVE ANARDA

Todas as músicas são de domínio público, compostas no final do século XVIII.

Conheça: https://www.youtube.com/watch?v=BCtJ67NcvHQ

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA:

Débora Venturini

Venturini Assessoria de Comunicação

Tel.: (11) 98326.3851 debora@venturinicomunicacao.com.br

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