sábado, 25 de fevereiro de 2023

Arthur Lira também procurou Alexandre de Moraes pedindo ‘bandeira branca’ a Zambelli

 



Até onde pode ir a pinimba entre Bolsonaro e Moraes? | Exame

Moraes atendeu Lira e deu um refresco a Carla Zambelli

Marcela Mattos
Veja

Não foi só a deputada Carla Zambelli (PL-SP) que procurou Alexandre de Moraes, conforme ela própria contou em entrevista à Folha de S. Paulo, em busca de distensionar a relação com o ministro do Supremo Tribunal Federal. De acordo com relatos de parlamentares que acompanharam as tratativas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também buscou o magistrado com um pedido de “clemência”.

Lira atuou em duas frentes: pediu a Moraes que desbloqueasse as redes sociais de parlamentares que haviam atacado as urnas eletrônicas e também fez uma investida junto ao magistrado para evitar uma eventual prisão de Carla Zambelli, após a deputada protagonizar cenas de faroeste em uma rua de São Paulo correndo, com uma arma em punho, atrás de um homem que a havia provocado. O episódio até hoje é tratado como um dos tropeços da campanha que levaram à derrota de Bolsonaro.

TRAIÇÃO OU NÃO? – Entre os aliados do ex-presidente e da deputada, havia o receio de que o ministro expedisse uma ordem de prisão contra Zambelli, o que reeditaria a tensão entre o Supremo e o Congresso de quando o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi preso por ordem de Moraes. Lira, então, entrou em campo.

“Ele conversou com o Alexandre pedindo para segurar. Depois, chamou a Carla e pediu para ela diminuir, amenizar o tom, até passar a posse [de Lula]”, contou um parlamentar.

O episódio foi lembrado no início deste ano, quando Lira ainda era candidato à reeleição no comando da Câmara, e é tratado de duas maneiras. Primeiro, um gesto de lealdade do parlamentar alagoano à base mais bolsonarista, o que foi celebrado pelos aliados do ex-presidente, que respaldaram a vitória de Lira na Presidência da Casa. Mas, por outro lado, é visto também como um “acordão” entre Zambelli e Moraes – aí, interpretado como uma traição da deputada ao se aliar a uma figura que é considerada, entre os bolsonaristas, o principal algoz da tropa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário