Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo
Chega a ser comovente acompanhar alguns comentários de críticas ao governo Lula por parte de quem ou “fez o L” ou ficou indiferente entre Paulo Guedes e Fernando Haddad. O que exatamente essa turma esperava? Um Lula moderado, democrata, liberal? Com base em qual indício, exatamente?
Joice Hasselmann já posou de liberal, depois virou tucana e por fim passou a demonizar Bolsonaro para ajudar na vitória de Lula (pouco, é verdade, pela drástica queda de engajamento dela). Eis o que ela postou, porém:
“Como assim!? Lula vai usar o NOSSO DINHEIRO, o Fundo de Garantia à Exportação–FGE, para garantir linhas de créditos de bancos privados e públicos para que IMPORTADORES ARGENTINOS comprem produtos brasileiros! É iniciativa de ALTO RISCO c/gde chance d calote! Congresso vai permitir?” Por onde Joice andou nos últimos anos? Estava inconsciente, por acaso?
OUTRA OPINIÃO – Janaina Paschoal escreveu: “Se o governo Lula vai começar a patrocinar obras nos países vizinhos, seria importante que, desta vez, houvesse transparência, no que concerne à própria existência das obras, no que tange à natureza dos contratos firmados e, principalmente, relativamente à devolução do dinheiro“.
É comovente a esperança de alguns na mudança do nada de quem é ligado ao Foro de SP e sempre deixou isso bem claro. Por que Lula seria responsável com o dinheiro do trabalhador brasileiro agora?
“Mesmos erros! O PT não aprendeu com o passado… o Brasil cheio de problemas e ainda querer carregar a Argentina quebrada nas costas…“, desabafou Mendonça Filho. Mas por que o PT teria aprendido com o passado, se mantém a narrativa de que foi injustiçado, perseguido e alvo de um golpe?
RECEIOS JUSTIFICADOS – Heni Ozi Cukier, do Novo, comentou: “Em menos de um mês, Lula já provou que todos os receios de sua volta eram justificados: – Atacou a imprensa – Criticou o Banco Central independente – Elogiou ditadores amigos – Prometeu que o BNDES vai voltar a levar calote no exterior. Esse é o governo que pacificaria o país?” Mas quem realmente acreditou que Lula – Lula! – poderia pacificar o país, se ele sempre jogou uns contra os outros e demonizou seus adversários?
Os exemplos pululam. Tucanos e correlatos que passaram os últimos anos detonando Bolsonaro como se ele fosse a maior ameaça à democracia brasileira estão agora surpresos com o fato de Lula agir como sempre agiu. A primeira obra anunciada pelo presidente foi na Argentina. Lá, Lula defendeu as ditaduras cubana e venezuelana. Seu discurso é de raiva, vingança, puro ódio. O impeachment de Dilma é retratado como um golpe.
Mas volto a perguntar: qual a novidade? Por acaso Lula ou seu PT deram algum sinal de que fariam algo diferente disso? Ou será que o Lula “paz e amor”, moderado, liberal, responsável e democrata não passou de uma invenção da imprensa tucana? Pois é…
(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
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