quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

OS “FORA DA QUATRO LINHAS” DERROTARAM O “DENTRO DAS QUATRO LINHAS”

 

O que mais se ouviu ou leu em todo o tempo do mandato do ex-Presidente Jair Bolsonaro foi ele se gabar que sempre agiu e agiria dentro do que  ele chamava de “quatro linhas”,que resumidamente talvez signifique  “dentro da legalidade”,a partir da Constituição.

Mas Sua Excelência deve ter esquecido completamente que nem todos concordavam com ele,e a sua oposição política,mediante um batalhão de advogados contratados, pouco a pouco foi soltando até o último preso que havia sido condenado por corrupção,especialmente com decisões do Supremo Tribunal Federal,principalmente na  chamada Operação Lava Jato,inclusive o próprio candidato vencedor,Lula da Silva,que acabou solto,(des)condenado,e eleito.

Mas enquanto o candidato Jair Bolsonaro batia no peito se orgulhando de ficar “dentro das quatro linhas”,ao mesmo tempo questionava  o resultado das eleições presidenciais de outubro de 2022,que teria sido uma “bondade ilícita”à oposição,não bem explicada, pelo Tribunal Superior Eleitoral,ou seja,de uma eleição,conforme entendia ,“fora das quatro linhas”,com infração à “lisura” dessas eleições,conforme apontamentos do respectivo Relatório das Forças Armadas ,que não serviu para absolutamente nada.

Bolsonaro só ficou “devendo” de informar qual teria sido  o “limite” das suas  “quatro linhas”,se ele estaria se referindo ao artigo 142 da  Constituição,vulgarmente chamado de “intervenção militar”- já que na qualidade de Presidente da República ele também era Comandante Supremo das Forças Armadas- ou o que seriam as  tais “quatro linhas”.

A verdade é que Bolsonaro de fato sempre se manteve,talvez “ingênuamente”, dentro das “quatro linhas”,e talvez tivesse entendido que na eventual decretação  do artigo 142 da Constituição,estaria saindo fora das quatro linhas,o que não é verdade,tendo a sua oposição aproveitado a chance de “sair fora das quatro linhas”, por outro lado, e apontar o seu opositor,o ex-condenado Lula da Silva,como vencedor da eleição e futuro Presidente da República.

Resumidamente,o que “matou” Bolsonaro politicamente e lhe tirou um novo mandato presidencial,parece ter sido a sua “obsessão” pelas “quatro linhas”.Os “outros” não se preocuparam com nada disso .venceram, a eleição,e tomaram posse no dia  1ª de janeiro de 2023.

Agora, a esquerda com tudo nas mãos,o Congresso Nacional,a Justiça,a grande mídia,os banqueiros e as Forças Armadas,provavelmente ninguém mais tira a esquerda do poder,quer nesse mandato,quer  talvez nos próximos 100 anos,com esse “seu” sistema eleitoral à disposição,e que  certamente não titubearia um só minuto ,se sofresse alguma ameaça de qualquer tipo , em convocar  os militares e acabar com a “festa”,decretando  o artigo 142 da Constituição,o que o Presidente “quatro linhas” se omitiu de fazer.

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado e Sociólogo

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