Pepita Ortega
Estadão
A Polícia Federal abriu na manhã desta sexta-feira, 27, a terceira etapa da Operação Lesa Pátria para cumprir 11 ordens de prisão preventiva contra investigados por atos golpistas do dia 8 – quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília.
Até o momento, cinco alvos foram localizados em Minas (2), Santa Catarina (1), Paraná (1) e Espírito Santo (1). Entre eles estão Eduardo Antunes Barcelos e Marcelo Eberle Motta, presos em Minas. Outra detida é Maria de Fátima Mendonça, que foi identificada em levantamento do Estadão sobre os atos golpistas. Em vídeo, ela confirmou que participava da invasão do dia 8 e que ia “pegar o Xandão”. “Quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui”, disse ela, que já foi condenada por tráfico.
OUTROS ENDEREÇOS – Agentes ainda vasculham 27 endereços no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal. A ofensiva mira supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A corporação abriu um canal para identificar pessoas ligadas à ofensiva violenta do dia 8 – as informações podem ser encaminhadas para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.
A Operação Lesa Pátria foi inicialmente aberta na última sexta, 20, quando agentes foram às ruas para prender preventivamente oito investigados sob suspeita de participarem, financiarem ou fomentarem os atos golpistas do dia 8. Na ocasião, cinco investigados foram detidos, entre eles ‘Ramiro dos Caminhoneiros’, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.
HOMEM DO RELÓGIO – A PF também prendeu Antônio Cláudio Alves Ferreira, que derrubou o relógio de pêndulo de Dom João VI ao invadir o Palácio do Planalto. Ele foi encontrado em Uberlândia, no interior de Minas Gerais na terça, 23.
Até o momento, 103 investigados já foram denunciados ao Supremo Tribunal Federal pelos atos golpistas.
Cabe agora ao tribunal decidir se aceita as denúncias e abre ações penais contra os acusados por crimes como golpe de Estado, associação criminosa armada e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
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