domingo, 4 de dezembro de 2022

PT não quer que o Bolsa Família seja gerido por Simone Tebet, que aguarda decisão de Lula

 



Simone Tebet ajudou muito Lula, mas o PT quer escanteá-la

José Carlos Werneck

A jornalista Denise Rothenburg informa em sua coluna Brasília-DF, no “Correio Braziliense, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a coordenação de campanha já sabem que não será possível atender cada partido aliado com um ministério para os deputados e outro para os senadores, como desejam várias legendas interessadas em apoiar o governo. Por isso, ele deixará para anunciar tudo depois da diplomação, dia 12.

O tempo até lá será usado para definir um critério para ocupação dos cargos de primeiro escalão. A ideia é compor por tamanho de bancada, mas isso vai ser avaliado só na próxima semana.

VÁRIOS CANDIDATOS – Lula tem evitado responder sobre seus critérios para escolha dos ministros. Isso porque, nos 80% que ele já tem em mente, a regra tem sido a vocação de cada nome e não propriamente a preferência do partido aliado.

Uma dificuldade será a área social, sob responsabilidade do Ministério da Cidadania, que deve ser dividido em dois: Desenvolvimento Social e Cidades. A senadora Simone Tebet , considerada fundamental para a vitória de Lula, tem participado da coordenação nessa área e há expectativa de que assuma o cargo.

O PT, porém, não quer deixar o Bolsa Família nas mãos de aliados e quer colocar lá o senador eleito Camilo Santana, ex-governador do Ceará.

SEM POSSIBILIDADES – A expectativa do líder do PT, Reginaldo Lopes, de formar uma frente com 14 partidos por fora do blocão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira , não irá se concretizar. O Cidadania, por exemplo, que integra uma federação com o PSDB, não tem meios de se desvincular dos tucanos para compor um grupo alternativo ao do PP de Lira.

O texto da jornalista do Correio Braziliense diz ainda que outro que não quer saber de bloco alternativo é o União Brasil. O partido tem compromisso com Arthur Lira e os integrantes da legenda preferem ficar com o atual presidente da Câmara, que tradicionalmente não é de quebrar acordos.

O deputado Aécio Neves do PSDB de Minas Gerais, por exemplo, tem dito a amigos que seu partido não fará bloco como o PT. O partido tem convenção marcada para a semana que vem, quando o governador reeleito do Rio Grande do Sul Eduardo Leite assumirá a presidência da legenda.

UM CARGO PARA DOIS – O Ministério das Cidades, que tem entre suas atribuições o programa Casa Verde e Amarela, que voltará a ser “Minha Casa Minha Vida”, é o sonho de consumo do PSol, de Guilherme Boulos, e do PSB, de Márcio França. Ambos abriram mão de concorrer ao governo de São Paulo para apoiar o PT.

No Congresso, depois da Comissão de Constituição e Justiça, o cargo considerado mais estratégico pelos parlamentares é a relatoria do Orçamento. Quem manda na destinação das verbas tem tudo.

No meio dessa confusão, os petistas registraram a fala de Lula durante entrevista sexta-feira, quando ele disse que o PT é “grande, importante e “cheio de vontades”. O presidente eleito, aliás, segue para seu terceiro mandato e continua a ser o único nome filiado à legenda capaz transitar pelas várias tendências partidárias, sem sofrer contestações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário