Recentemente,
tivemos notícias de que a taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano. É
importante acompanharmos essas variações porque o Banco Central usa a
taxa Selic como uma política monetária para controlar a inflação medida
pelo IPCA.
Explicando
um pouco melhor, um dos principais motivos que impulsiona a inflação é o
excesso de crédito na economia, já que a população passa a consumir de
forma muito mais intensa e isso pressiona os preços a subirem para dar
conta da oferta e demanda.
A
taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, então, quando o Banco
Central aumenta essa taxa, todos os juros de créditos, empréstimos e
financiamentos aumentam também, fazendo com que a população tome menos
crédito e reduza o consumo, consequentemente, reduzindo a pressão
inflacionária.
O
governo passou o último ano inteiro fazendo aumentos sucessivos na taxa
Selic em uma tentativa de controlar a inflação, que vinha subindo de
forma descontrolada, bem acima da meta e chegou a bater o patamar de 12%
na medida acumulada em 12 meses, que é considerada alta. Foi só
recentemente que os aumentos começaram a surtir efeito.
Como
nos últimos meses tivemos uma situação de deflação, que é quando a
inflação diminui por ter variação negativa, o comitê de política
monetária (COPOM), optou por manter a taxa como está, já que
aparentemente esse patamar está funcionando para suprimir a inflação.
A
questão é que muito da deflação recente veio da redução do ICMS, ou
seja, há uma preocupação que essa redução não se mantenha a médio e
longo prazo, por isso o comitê deixou claro, que ainda há a
possibilidade de mantê-la nesse patamar ou até de ocorrerem novos
ajustes se a inflação retomar a subida.
Dito isso, podemos projetar os investimentos que devem performar bem.
A
taxa Selic também é a principal referência para investimentos de renda
fixa, que são os investimentos mais seguros da economia. Com essa taxa
Selic alta, hoje é possível encontrar prefixados, por exemplo,
entregando rentabilidades de 15% ou mais ao ano de forma garantida e
segura. Então, esse é um excelente momento pra investir em Renda Fixa.
Já
os investimentos de Renda Variável, que englobam as ações e fundos
imobiliários, têm uma tendência de baixa em momentos de alta taxa de
juros, já que há uma debandada dos investidores para a Renda Fixa, que é
muito mais segura e está pagando boas rentabilidades. Isso não é
necessariamente uma coisa ruim, já que há estratégias de investimento
que buscam justamente momentos como esses, nos quais os ativos estão
desvalorizados para comprá-los nesses momentos de baixa, com um
potencial de valorização alta, para vendê-los no futuro a preços maiores
quando for um momento mais favorável para a Renda Variável.
Então é possível dividirmos de forma simplificada os investimentos em duas partes, para curto ou longo prazo.
Para
curto prazo, a Renda Fixa vai ser a melhor opção, já que com essa alta
taxa de juros, é possível ter ótimas rentabilidades correndo pouco
risco. A Renda Variável não é recomendada para o curto prazo, já que a
tendência global é de baixa, pressionada por esse patamar de juros.
Para
longo prazo, a recomendação geral é que você tenha uma carteira bem
diversificada, tanto com investimentos de Renda Fixa, quanto
investimentos de Renda Variável, já que a economia é cíclica e é natural
em momentos diferentes, partes diferentes dos nossos investimentos
estarem em momentos bons ou não tão bons assim, mas a longo prazo, nossa
carteira vai estar valorizando dos dois lados e com o risco
diversificado.
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