sábado, 22 de outubro de 2022

ONG denuncia morte de 16 tartarugas no Sul da Bahia

 


Dezesseis animais marinhos foram encontrados mortos em praia na Península de Maraú


Tribuna da Bahia, Salvador
21/10/2022 08:00 | Atualizado há 1 dia, 11 horas e 46 minutos

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Foto: Divulgação

Por Vinícius Viana

Dezesseis tartarugas-marinhas jovens, 14 verdes e duas olivas, que estão ameaçadas de extinção, foram encontradas mortas na Praia de Saquaíra, na Península de Maraú, na última quarta-feira (19), em menos de um quilômetro de litoral, em Ilhéus, na Bahia.

De acordo com a ONG Iniciativa de Ciência Cidadã Coração de Tartaruga, que faz o monitoramento diário das áreas de desova das tartarugas, os animais marinhos foram encontrados bastante mutilados e provavelmente foram vítimas das redes de pescadores de camarões ancorados nas redondezas.

O veterinário Rodrigo Grilo, que trabalha na ONG que luta pela preservação e proteção das tartarugas-marinhas na Península de Maraú, revelou que existe suspeita que as mortes foram causadas pela ação humana.

“Não há confirmação se de fato foram vítimas da pesca, pois não há registro do ato. No entanto, nossa experiência mostra que toda vez que há pesca de rede de espera em cima dos recifes de corais e arrasto de camarão, no dia seguinte encontraremos uma ou duas tartarugas mortas em um trecho grande de praia”, iniciou.

Em seguida, Rodrigo Grilo contou que a ONG recebeu denúncias que barcos utilizados para pesca estavam próximos ao local onde as tartarugas foram encontradas mortas e sem a cabeça.

“Justamente ontem, data do aparecimento desses 16 animais, recebemos denúncias de pescadores locais sobre a presença de dois barcos de pesca por dois dias consecutivos, justamente em frente à área onde encontramos as carcaças das tartarugas-marinhas. Outro fato que corrobora essa hipótese é que muitas delas foram encontradas sem cabeça, prática esta, conhecida pelos pescadores para facilitar a soltura das redes quando ficam presas (o primeiro ponto do animal a ficar preso é a cabeça)”, completou.

De acordo com a ONG, o Instituto Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (INEMA) foi acionado e auxiliou no trabalho de remoção, contagem e identificação dos animais. Procurada pela equipe de reportagem da Tribuna da Bahia, o instituto confirmou a informação e informou que a competência para falar sobre o assunto é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

A reportagem entrou em contato com a Superintendência do Ibama na Bahia (Supes/ba), porém até o fechamento desta matéria o órgão não se manifestou sobre o caso e não respondeu às perguntas  feitas pelo jornal.

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