domingo, 2 de outubro de 2022

Inflação estimada para o Dia da Criança é de 7% em Salvador


Na Região Metropolitana, a variação do indicador geral foi de 9,72%.


Tribuna da Bahia, Salvador
01/10/2022 09:00 | Atualizado há 1 dia, 3 horas e 16 minutos

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Foto: Romildo de Jesus

Por Cleusa Duarte

O dia das crianças está chegando e os pais, padrinhos, tios, avós começam a procurar um presente que agrade e seja útil a criançada. Segundo a Fecomércio/BA a inflação para o Dia das Crianças é de 7% em Salvador. Os itens de vestuário apresentam as maiores altas, enquanto os eletrônicos as maiores quedas. O levantamento foi realizado com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), do IBGE.

Para ser mais exato, a inflação dos produtos e serviços mais procurados na data comemorativa do Dia das Crianças subiu 7,04% em 12 meses, na Região Metropolitana, a variação do indicador geral foi de 9,72%.

Dentre os 13 itens selecionados para esse cálculo, 11 estão com aumento de preços em relação ao ano passado. O destaque são os produtos de vestuário, sobretudo roupas. A maior variação foi do vestido infantil, de 33,89%, seguido de calça comprida infantil, de 26,88%. Já o sapato infantil teve um aumento mais moderado, de 14,34%.

“Desde o início do ano os produtos do setor de vestuário têm tido uma rápida subida de preços. Isso ocorre pelo aumento de custos das matérias-primas, como os tecidos e malhas. A indústria têxtil não encontrou outra saída a não ser o repasse de preços aos consumidores. Contudo, vale lembrar que mesmo com a alta de preços são produtos de valor mais baixo em comparação, por exemplo, aos eletrônicos, o que pode ainda favorecer as compras no Dia das Crianças”, destaca o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.

Luciana de Jesus, que ganha salário mínimo e tem uma filha de 8 anos diz que tem optado pela compra de roupas. "Eu tenho comprado mais roupa, porque as crianças utilizam mais tempo. O brinquedo tem curta duração, mas está difícil de dar qualquer coisa. Talvez esse ano faça uma programação em algum parque e depois um piquenique. Preparo um lanchinho e levo um amiguinho ou dois. Fica mais divertido.”

Mas para quem deseja comprar um brinquedo tende a pagar 14,63% a mais do que há um ano. Os eletroeletrônicos estão mais baratos, como é o caso do aparelho telefônico (-3,75%) e do computador pessoal (-12,57%). “Essas quedas significam um ajuste de preço no pós-pandemia. Numa linguagem simples, ficou muito caro nos últimos anos por conta do dólar alto e preços dos insumos e agora começa a ficar menos caro”, pontua Dietze.

“Nós gostamos de dar brinquedo, mas a neta está com 9 anos e agora gosta de ganhar produtos eletrônicos. Estamos viajando para o Rio, onde ela mora e vamos comprar por lá para não levar na bagagem. Também não sabemos o que está na moda”, comenta Luiza Reis que viaja com o marido na próxima semana para passar a data com a neta.

Ainda tem itens como livro não didático que subiu 12,98%, instrumento musical com alta de 11,42% e bicicleta que evoluiu 5,85%. Pelo lado dos serviços, a ida a um lugar de entretenimento como cinema, teatro e concertos está 7,03% mais caro.

“Sobre o cenário econômico e potencial de compra do consumidor, a avaliação é que será um período inferior do desejável por um grande aspecto, o nível recorde de famílias inadimplentes em Salvador. Há uma restrição no orçamento médio aos produtos não essenciais, como é o caso de presentes. Desta forma, a tendência é que seja mais um período de lembrancinhas e pensar em algo melhor para 2023, quando o cenário indica estar mais favorável em relação à renda”, esclarece o economista.



 

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