sábado, 22 de outubro de 2022

Após reconciliação, equipe de Bolsonaro quer usar a imagem de Moro na campanha eleitoral

 



Moro assumiu de vez o papel de político profissional | VEJA

Moro mostrou que será na política o eterno algoz de Lula

Jussara Soares e Daniel Gullino
O Globo

Após o ex-ministro da Justiça e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) ter auxiliado Jair Bolsonaro (PL) no debate da Band, no domingo, integrantes da campanha defendem ampliar a participação do ex-juiz da Lava-Jato na estratégia pela reeleição. Parte do QG bolsonarista quer que Moro grave programas de TV, vídeos para internet e faça algumas viagens. A ideia é reforçar o discurso de combate à corrupção e a associação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os escândalos do mensalão e da Petrobras.

Interlocutores de Moro dizem que ainda não houve convite da campanha de Bolsonaro, mas a ida ao debate seria uma demonstração de que o ex-juiz superou as desavenças com o presidente — que o levaram a pedir demissão em 2020 denunciando interferência na Polícia Federal — e que fará o que for preciso para evitar a vitória de Lula. Moro justifica o apoio dizendo que as convergências com Bolsonaro são maiores que as divergências.

NA ESPANHA – Moro, no entanto, só poderá atuar de forma mais efetiva na última semana do segundo turno. Hoje, ele embarca para a Espanha, onde participa de um seminário de combate à corrupção a convite do escritor peruano Mario Vargas Llosa. Volta no domingo.

Bolsonaro diz que ainda não tem uma agenda programada com Moro, mas admitiu que pode convidá-lo. Ontem, o presidente contou que ele mesmo convidou o ex-desafeto para integrar o time de cinco convidados que o acompanharam no estúdio da Band:

— Ele participou em alguma coisa nas minhas conversas, nas minhas inquisições sobre o Lula — afirmou. — Ele está ajudando o Brasil. Ele tem uma forte posição de combate à corrupção no Brasil. Conversei com ele, as pequenas divergências ficaram para o passado. Estamos juntos pela minha reeleição.

NÃO SERÁ MINISTRO – Questionado sobre a possibilidade de Moro voltar ao governo em um eventual segundo mandato, Bolsonaro desconversou: — Nada foi conversado. Meu ministério está ajustado, e ele tem compromisso com o eleitorado dele para ser senador. Mas pode ter certeza que, caso eu seja reeleito, se Deus quiser, ele vai me visitar muitas vezes na Presidência, vai almoçar muitas vezes comigo – disse Bolsonaro.

O presidente se negou a falar sobre a hipótese de indicar o ex-magistrado a uma vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso seja reeleito. Em 2020, quando Moro deixou o governo, Bolsonaro afirmou que o ex-juiz pediu para ser indicado à mais alta Corte do país.

— Não vou começar a falar o perfil. Tem muita gente para lá, e não quero desagradar ninguém.

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